Cerca de 51 por cento das 11.814 mortes provocadas pela malária em 2018 em Angola foram crianças entre os zero e quatro anos, indicou hoje fonte oficial em Luanda, referindo que a taxa de incidência atingiu 203 casos/1.000 habitantes.
Os dados epidemiológicos da malária em Angola em 2018 foram apresentados pelo coordenador Nacional do Programa da Malária, Franco Martins, durante o ato central alusivo ao Dia Mundial da Malária, que hoje se comemora.
Em 2018, Angola registou 5,9 milhões de casos de malária que, somando aos dados de 2016 e 2017 totalizam 16,16 milhões de casos nos últimos três anos, um período em que, segundo o responsável, morreram no país mais 40.000 pessoas vítimas da doença.
A malária é a primeira causa de morte em Angola, seguido dos acidentes de viação, e, de acordo com as autoridades, representa cerca de 20 por cento dos internamentos nas unidades sanitárias e cerca de 35 por cento da demanda de cuidados curativos.
“Em 2016, foram registados 15.997 óbitos, em 2017 um total de 13.967 óbitos e 11.814 óbitos em 2018. Neste último ano, a província de Luanda liderou as mortes por malária, com 1.845, seguida por Benguela, com 1.434”, afirmou.
Em relação à distribuição de óbitos por faixa etária, explicou que 51 por cento foram de crianças dos zero aos quatro anos e 27 por cento dos quatro aos 14 anos.
Segundo Franco Martins, Angola está com uma taxa de positividade de 51 por cento, “percentagem bastante elevada em relação aos menos de 5 por cento recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para entrar na fase da pré-eliminação”.
A província do Cunene registou a menor taxa de positividade em 2018 com apenas 16 por cento sendo que a maior taxa foi registada na do Bié, com 69 por cento.
Para Franco Martins, a abordagem da doença deve ser feita de forma “multissetorial”, pois, observou, de acordo com o monitoramento que tem sido feito, “a malnutrição está também entre os diferentes fatores que estão na base da vulnerabilidade e aumento de casos”.
“Nesse domínio, também incluímos a malnutrição e o país tem uma taxa de malnutrição crónica na ordem dos 38 por cento e aguda na ordem dos 5 por cento”, adiantou.
Na abertura do encontro, o presidente da Fundação Sagrada Esperança e deputado à Assembleia Nacional, Roberto de Almeida, exortou as autoridades do país e seus parceiros a “desenvolverem esforços para que o combate à malária seja cada vez mais eficaz”.
O ato central em saudação ao Dia Mundial da Malária decorreu hoje, na sede da Fundação Sagrada Esperança, em Luanda, sob o lema “Zero Malária Começa Comigo”.
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