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5 formas de recordar os entes queridos que já faleceram, para além do dia de finados

Os enlutados visitam os seus entes queridos em cemitérios em Dia de Finados

Cada pessoa tem a sua forma de lidar com a perda de alguém próximo, mas existe um aspeto comum a todos, que é um anseio para honrar a sua memória. Ainda assim, ao recordar aqueles que já partiram, a tristeza começa gradualmente a dar lugar à aceitação e, eventualmente, reviver essas memórias passadas torna-se num momento de conforto e nostalgia. À medida que a morte se torna num tema menos tabu, vão surgindo novas formas de homenagear os nossos entes queridos falecidos que, graças à tecnologia atual, permitem práticas como tatuagens de cinzas, ou diamantes de memorial feitos com cinzas ou cabelos.

Celebrações do dia de finados/dia dos fiéis defuntos em Portugal

Os dois primeiros dias de Novembro assinalam duas celebrações católicas: o dia 1 corresponde ao Dia de Todos os Santos, em homenagem a todos os mártires da Igreja, e o dia 2 é o Dia dos Fiéis Defuntos – também conhecido por Dia de Finados – consagrado às almas dos mortos. Curiosamente, o Dia dos Mortos na cultura mexicana também é celebrado a 2 de Novembro e, segundo a crença, este é o dia em que as almas dos entes queridos podem visitar os vivos.

Apesar do Dia de Finados ser celebrado em Portugal e no Brasil a 2 de Novembro, no Brasil, este dia é considerado feriado nacional, ao passo que em Portugal o feriado corresponde ao dia anterior, ou seja, ao Dia de Todos os Santos. Por isso, é no dia 1 que os portugueses se deslocam aos cemitérios para limpar e embelezar as sepulturas dos seus entes queridos já falecidos, e para ver que tudo está arranjado para o Dia dos Fiéis Defuntos.

Para além do cuidado com as sepulturas dos falecidos, este é o dia do calendário litúrgico dedicado a orar pela alma dos mortos – um costume que na idade média tinha por objetivo a redenção das almas aprisionadas no purgatório. Hoje em dia, as missas de finados em Portugal focam-se mais na ideia da ressurreição e da estadia eterna no Paraíso.

5 formas de honrar a memória de um ente querido já falecido

Existem várias formas de honrar a memória daqueles que já partiram que vão muito para além do Dia de Finados:

Transformar as cinzas numa árvore

Cada caixão requer em média duas árvores para ser produzido, o que tem um impacto negativo no ambiente. Contudo, existem cada vez mais empresas que disponibilizam urnas biodegradáveis, onde são depositadas as cinzas – que atuam como composto fértil – e, no topo, coloca-se a semente de árvore. A urna deve ser plantada num vaso com terra e, quando as raízes estiverem demasiado grandes para o vaso, planta-se a árvore no exterior.

Dedicatória num banco de memorial

Em Portugal, existem diversos bancos de memorial dedicados a pessoas que em vida costumavam frequentar um determinado local. É também comum que os bancos de memorial assinalem o lugar de óbito de uma pessoa – ou grupos de pessoas. Por se tratar de uma instalação num espaço público, é necessário contactar a autarquia para garantir que todo o processo é feito legalmente.

Organizar um evento em memória do falecido

Esta é outra forma de honrar a memória de alguém próximo que já partiu. Se a pessoa estava ligada a uma determinada causa, pode organizar um evento de caridade ou uma angariação de fundos e assim homenagear a sua memória. Pode também organizar uma cerimónia de memorial para recordar o falecido, reunindo todos aqueles que sentem a sua falta e partilhando histórias e momentos passados na sua companhia.

Fazer uma tatuagem com cinzas

Este género de tatuagens já é possível em Portugal. A particularidade da tatuagem de cinzas é o facto de serem adicionadas cinzas humanas – ou animais – à tinta utilizada. Isso significa que as cinzas do seu ente querido ficarão para sempre na sua pele. É necessário procurar por estúdios de tatuagens que pratiquem este método, uma vez que a tinta usada neste género de tatuagens não é igual à tinta convencional.

Fazer um diamante de memorial a partir das cinzas

Transforme o seu ente querido numa bela pedra preciosa

Os diamantes de memorial são cada vez mais populares, pois o carbono utilizado para produzir o diamante é proveniente das cinzas do seu ente querido. Tal como os outros diamantes, os diamantes de memorial são depois polidos e lapidados de acordo com os desejos do cliente. O resultado final é uma peça de joalharia que pode ser usada diariamente, sendo igualmente uma parte do legado familiar.

Os diamantes de memorial feitos de cinzas são diamantes verdadeiros?

Os diamantes de memorial são tão autênticos quanto os diamantes extraídos da terra e partilham exatamente as mesmas propriedades. De facto, as empresas especializadas neste serviço disponibilizam o certificado de autenticidade da peça. A única diferença entre os diamantes de memorial e os diamantes naturais é que os primeiros são criados em laboratório e os últimos provêm diretamente da crosta terrestre.

Na Natureza, os diamantes começam por ser moléculas de carbono sujeitas às altas pressões da crosta terrestre durante milhões de anos, acabando por cristalizar quando atingem a superfície. É nesta etapa que os diamantes naturais estão prontos para a extração. Por sua vez, os diamantes de memorial utilizam as cinzas humanas ou amostras de cabelo como fonte de carbono, que são depois sujeitas ao processo de síntese. A máquina de síntese aplica a pressão necessária para acelerar o processo de transformação em diamante para um período entre 3 a 9 meses. Durante os primeiros três dias, as amostras de cinzas são purificadas para atingir uma percentagem de carbono de 99,99%, com recurso a métodos como a nanocristalização planetária, o vácuo quente e a purificação a húmido.

Tratando-se de uma peça personalizável, o diamante de memorial pode ter diversas cores e cada qual requer a sua própria preparação, embora o tom mais trabalhoso de obter seja precisamente o diamante de memorial totalmente incolor. Devido à forte presença de nitrogénio no cabelo humano, os diamantes de memorial feitos a partir de cabelo tendem a adquirir tonalidades na gama dos amarelos e laranjas.

Não há dúvida de que existem cada vez mais formas de homenagear os nossos entes queridos já falecidos, mesmo que estas convivam de perto com as práticas mais tradicionais. É o caso das árvores humanas, dos bancos de memorial, de eventos celebrativos, de tatuagens de cinzas, ou dos diamantes de memorial. Cada uma destas expressões evoca a memória de alguém que já partiu de uma forma mais pessoal e todas elas são já possíveis em Portugal.

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