25 de abril, o dia da conquista da Liberdade
Vinte e cinco de abril é dia de celebrar a Liberdade em Portugal, em memória dos protagonistas da Revolução dos Cravos. A causa continua a reunir consenso, mas a sua celebração apresenta fissuras, com alguns dos heróis de abril fora de cena, em protesto político.
Rima com liberdade, com heróis eternos, com revolução tranquila. Rima com revolução que ganhou o nome de uma flor que calou as armas. A ditadura de Marcelo Caetano despede-se e, depois do adeus, abrem-se as portas à Democracia em Portugal.
Hoje é dia de recordar esses heróis, que através de um golpe de Estado, a 25 de abril de 1974, depuseram o regime do Estado Novo, que vigorava desde 1933. A memória desses bravos homens que dispensaram as armas em nome de uma paz sincera é recordada. Sê-lo-á sempre e como sempre.
Mas 2012 marca uma fissura, com alguns dos autores da Revolução, militares e civis, a demitirem-se da celebração do 25 de Abril, por considerarem que os valores e as conquistas de 74 estão a perder-se com o decurso da Liberdade.
Os capitães e os oficiais, os outrora estudantes universitários e os cidadãos – unidos pela causa de Abril, há mais de três décadas – sentem abril de 1974 cada vez mais distante.
Mas abril será sempre Abril e este dia nunca se perde no tempo.
Recorda-se, assim, a revolução, a Junta de Salvação Nacional que nomeou o Presidente da República e criou o programa e o Governo provisórios. A 15 de Maio de 1974, o General António de Spínola assume a função de chefe de Estado, com Adelino da Palma Carlos como primeiro-ministro.
Seguiram-se os trabalhos para criar a Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entra em vigor a 25 de Abril de 1976, data das primeiras eleições legislativas da nova República, que também se assinalam hoje.
Hoje, assinala-se em Portugal o Dia da Liberdade e o Dia dos Cornos (nos Açores). Assinala-se em todo o mundo o Dia da ONU.
Mas 25 de abril é dia de Artes, com a publicação do romance ‘Robinson Crusoe’, de Daniel Defoe, em 1719, e com a apresentação de ‘La Marseillaise’, o hino nacional francês, composto por Claude Joseph Rouget de Lisle – exatamente no mesmo dia em que, também na França, é cumprida a primeira sentença de morte por guilhotina.
É dia de Artes também com a estreia a ópera Turandot, de Puccini, no Teatro La Scala, em Itália, no ano de 1926, e com o nascimento de Ella Fitzgerald, em 1917. É mesmo dia de Artes, com o nascimento de – Al Pacino, a 25 de abril de 1940. Dia de Artes em Portugal, com nascimento, em 1960, de Mário Laginha.
E 25 de abril é dia de Ciência, porque, em 1953, Francis Crick e James Watson publicam na revista Nature um artigo em que anunciam a descoberta da estrutura do ADN.
Nasceram neste dia Marcus Salvius Otho, imperador romano (32), o Rei Luís IX de França (1214), o Rei Eduardo II de Inglaterra (1284), Carlota Joaquina de Bourbon, rainha consorte de Portugal (1775), Guglielmo Marconi, inventor italiano (1874), Ella Fitzgerald, cantora de jazz norte-americana (1917), Al Pacino, ator norte-americano (1940), e Mário Laginha, pianista e compositor português (1960).
Morreram a 25 de abril Antoku, 81.º imperador do Japão (1185), o Papa Benedito XII (1342), Torquato Tasso, poeta italiano (1595), Anders Celsius, astrónomo sueco (1744), Siméon Denis Poisson, matemático francês (1840), e Michele Alboreto, piloto de italiano, vice-campeão mundial de Fórmula 1 em 1985 (2001).