2024 foi um ano histórico no mercado de trabalho
Mais população ativa, mais emprego e mais funcionários públicos: 2024 foi ano histórico no mercado de trabalho
A Randstad Research acaba de apresentar os 50 destaques do mercado de trabalho português no quarto trimestre de 2024.
O estudo analisa os indicadores macroeconómicos e outros dados relativos ao mercado de trabalho disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), pelo Ministério do Trabalho, Banco de Portugal e Eurostat, entre outras fontes, permitindo traçar um retrato abrangente do mercado de trabalho neste arranque do ano de 2025.
O mercado de trabalho em 2024 bateu valores históricos em vários indicadores. A população ativa cresceu continuamente, tendo atingido um recorde de 5,52 milhões de pessoas disponíveis para trabalhar no final do ano.
O número de pessoas empregadas também aumentou em 7,9 mil no 4º trimestre de 2024, alcançando os 5,15 milhões de profissionais e atingindo novamente o seu maior valor histórico.
Os dados permitem ainda concluir que 67,2% das pessoas empregadas têm qualificações ao nível do ensino secundário e pós-secundário ou superior. É no grupo das pessoas que têm o ensino superior (34,6%) que se regista a taxa de emprego mais alta – 79,1% das pessoas com este nível estão empregadas. No caso do grupo das pessoas com ensino secundário e pós-secundário (32,6%), a taxa de emprego está 9,5 pontos abaixo (69,6%).
A indústria transformadora foi responsável por gerar 16% do emprego, enquanto o comércio foi a segunda atividade com mais profissionais (14,8%), nomeadamente em setores como o comércio por grosso e retalho. Quando analisamos o setor dos serviços, são as áreas da educação e saúde que empregam mais pessoas, 17,9% do total de profissionais.
A análise a estes dados por regiões permite ainda concluir que, apesar de ser no Norte do país que se concentra a maior disponibilidade da força de trabalho (empregados e desempregados em termos absolutos) – 34,6% -, continua a ser na grande Lisboa que se regista a taxa de atividade (% de ativos entre a população com 16 anos ou mais) mais alta (64,5%). Já a região Centro é aquela onde a taxa de atividade é menor (57,2%).
Também o emprego nas administrações públicas se destaca pelo máximo histórico atingido, existindo 753.850 funcionários públicos no final de 2024, um crescimento que se verifica tanto face a 2023 (1%) ou mais 7,5 mil pessoas, como face ao trimestre anterior (1%), ou seja, mais 7,6 mil pessoas empregadas pelo Estado. A profissão de assistente operacional/operário/auxiliar representa o maior grupo de funcionários públicos (22,4% do total) e destes, 37,2% trabalham na área da saúde e educação.
Cinco anos após a pandemia, teletrabalho continua a crescer.
No último trimestre de 2024 e quase cinco anos após o primeiro confinamento imposto pela pandemia da COVID-19, os dados mostram que o teletrabalho não só passou a ser uma realidade para muitas empresas, como tem registado um aumento contínuo. Quando comparado com o último trimestre de 2020[1], houve um crescimento de 77% no número de profissionais em teletrabalho (460,3 mil pessoas).
Entre o 3º e o 4º trimestre de 2024, o teletrabalho sofreu um incremento de 7,4%, ou seja, de mais 73,3 mil profissionais. Ou seja, no final de 2024, mais de um milhão de profissionais trabalhava a partir de casa, representando 21,5% do total de empregados. As regiões de Setúbal e Lisboa continuam a estar acima da média nacional no que diz respeito ao teletrabalho.
Apesar da permanência do teletrabalho, no pós-pandemia o regime predominante começou a ser o trabalho híbrido, com 38% da população empregada a trabalhar ora em casa, ora no escritório. A tendência mostra que as empresas têm optado por um modelo em que os trabalhadores também estão presencialmente nas instalações da empresa.
A análise da Randstad Research conclui ainda que o teletrabalho é mais frequente para profissionais com qualificações mais elevadas e em idades intermédias (25 aos 44 anos).
Segundo Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, “a pandemia mudou completamente o paradigma do teletrabalho. Empresas e trabalhadores não abandonaram o trabalho remoto no pós-pandemia e a flexibilidade, no que respeita ao local de trabalho, é um fator cada vez mais importante para os profissionais. Quase cinco anos depois do primeiro confinamento, o estudo Workmonitor 2025 da Randstad, divulgado no mês passado, confirma isso mesmo: pela primeira vez em 20 anos, a flexibilidade é apontada como um fator mais importante do que o salário na hora de escolher um emprego. Torna-se cada vez mais evidente que benefícios como o teletrabalho são muito importantes para de reter talento nas empresas”.
[1] População empregada segundo trabalho em casa na semana de referência e nas três anteriores, por diversas variáveis de caracterização. Dados INE.