Dez anos de prisão. O Tribunal do Fundão condenou o padre Luís Mendes, considerado culpado de 19 crimes de natureza sexual praticados sobre menores. Com esta sentença, o sacerdote de 37 anos de idade torna-se no segundo padre a ser condenado por crimes de pedofilia.

Luís Mendes, de 37 anos, padre e antigo vice-reitor do Seminário Menor do Fundão, foi considerado culpado dos 19 crimes de natureza sexual de que estava acusado. A decisão de condenar um padre por crimes de pedofilia não é única, mas muito rara: apenas Frederico Cunha, padre da Madeira, fora condenado, numa sentença de março de 1993.

O padre do Fundão – que se encontra em prisão domiciliária até à decisão transitar em julgado – vai recorrer da sentença, que foi lida nesta segunda-feira e que prevê uma pena única de prisão durante 10 anos.

O coletivo de juízes do Tribunal do Fundão considerou que os relatos das vítimas – seis menores com idades entre os 13 e os 15 anos – foram muito credíveis, o que levou à condenação.

Em causa estão 19 crimes que o tribunal deu como provados e que preveem penas que variam entre 14 meses e dois anos de prisão. Em cúmulo jurídico, os juízes determinaram uma pena única de 10 anos de prisão.

De acordo com os juízes, o sacerdote utilizou o “grande ascendente” que detinha sobre os menores para poder exercer medo, satisfazendo, desse modo, “os seus desejos sexuais”.

O padre reagiu com poucas palavras, à saída do tribunal, garantindo, aos jornalistas presentes, que “as respostas serão dadas no seu devido tempo”, segundo cita o jornal Público.

O padre do Fundão encontra-se sob prisão na diocese da Guarda, local para onde foi obrigado a dirigir-se logo após a leitura desta sentença.

Refira-se que apenas um menor (atualmente com 21 anos) aceitou prestar depoimento em tribunal.