13 de janeiro, os Xutos & Pontapés dão o primeiro concerto ao vivo
Não é preciso gostar de rock para reconhecer a grandeza dos Xutos & Pontapés, uma das maiores bandas portuguesas, que se estreou a 13 de janeiro de 1979, na sala Alunos de Apolo, num concerto de comemoração dos 25 anos do Rock & Roll.
Portugal ainda respirava os primeiros anos de Liberdade e alguns talentos desembaraçaram-se de um sistema político que inibia e controlava a criação.
Nas garagens, no final de 1978, Zé Pedro (guitarra), Kalú (bateria), Tim (baixo) e Zé Leonel (vocalista) criam os Xutos & Pontapés, dando o primeiro concerto a 13 de janeiro de 1979.
Estava lançada a semente de um projeto notável, duradoiro, que se manteve firme, ainda que a formação original tenha sofrido alterações, com a saída de Zé Leonel, a entrada de Francis, e Tim a assumir-se como o homem do leme, na voz.
Em 1982, é lançado o compacto com temas marcantes, como ‘Sémen’ e ‘Mãe’, um ano antes de Francis deixar os Xutos, que passam a contar com músicos convidados, como o saxofonista Gui e o guitarrista João Cabeleira. O primeiro álbum gravado por João Cabeleira em 1985 foi ‘Cerco’, com as músicas ‘Barcos Gregos’ e ‘Homem do Leme’.
O público português aceitou o projeto dos Xutos com grande entusiasmo, mas 1987 representa a explosão mediática da banda.
Nesse ano, é lançado o emblemático álbum ‘Circo de Feras’, onde constam os primeiros capítulos de uma história de sucesso, com ‘Contentores’, ‘Não Sou o Único’ e ‘N’América’.
E o single ‘A Minha Casinha’, logo de seguida, veio confirmar os Xutos & Pontapés como um caso de sucesso do rock português.
Os anos seguintes da banda são marcados pelo cimentar do sucesso, já com a fasquia bem lá no alto. ‘À Minha Maneira’, ‘Para Ti Maria’ e ‘Enquanto a Noite Cai’ são os títulos das músicas que fizeram dos Xutos uma das bandas mais amadas pela geração do rock.
Depois de ‘Gritos Mudos’ – álbum que não foi tão bem aceite como o esperado, ainda que o tema seja uma obra de arte –, os Xutos entram num período de quase rutura, com Tim a abraçar o projeto Resistência e com Pedro e Kalú a juntarem-se a Jorge Palma, num projeto musical.
Precisamente ‘resistência’ é a palavra que se segue, na história dos Xutos & Pontapés, que regressam em 1999 com novo fôlego, na digressão que assinala 20 anos de vida da banda portuguesa, que completa, por essa altura, 80 concertos.
O reconhecimento do público era dado mais do que adquirido, mas em 2004 chega outro tipo de tributo, com a mais alta figura da nação – o então Presidente da República, Jorge Sampaio –, a prestar uma homenagem aos membros dos Xutos, agraciados com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.
Com 30 anos na estrada, os ícones do rock português são nomeados, em setembro de 2009, para os EMA, na categoria de ‘Best Portuguese Act’, conquistando o prémio.
Os Xutos & Pontapés permanecem no topo, a conquistar novos fãs, idolatrados pela geração que os viu explodir.
A história da banda tem o pior capítulo com a morte de Zé Pedro, no dia 30 de novembro de 2017.
Nasceram a 13 de janeiro D. João, condestável de Portugal (1400), Philip Jacob Spener, teólogo alemão (1635), Wilhelm Wien, físico alemão (1864), e Sydney Brenner, biólogo sul-africano (1927).
Morreram neste dia Bartolomeu de Gusmão, jesuíta brasileiro (1691), José de Mascarenhas da Silva, nobre português, condenado à morte em virtude do conhecido Processo dos Távora (1759), Alexander Stepanovich Popov, físico russo (1906), e James Joyce, escritor (1941).