12,9%: Taxa de desemprego em Portugal atinge máximo histórico (Eurostat)

A taxa de desemprego atingiu 12,9 por cento, em outubro, indica o Eurostat, o que representa um novo máximo histórico, superior às estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), que previra 12,3 por cento de desempregados, no terceiro trimestre de 2011. Desde que há registos relativamente ao número de pessoas inscritas nos centros de emprego, esta é a percentagem mais elevada.

O Eurostat, que acompanha a taxa de desemprego de forma mensal, ao contrário do INE, que avalia trimestralmente, aponta um novo recorde em Portugal, com 12,9 por cento de desempregados, percentagem nunca atingida desde 1983, data em que o INE acompanha a evolução do mercado de trabalho e a sua capacidade em manter e criar postos de trabalho.

Números divulgados hoje – que apontam para uma taxa de inflação nos três por cento – representam um aumento do desemprego superior às expectativas. Os valores relativos a julho, agosto e setembro foram corrigidos, com uma revisão em alta. Nunca os centros de emprego do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) tiveram tantos inscritos.

De fora destas estatísticas negras estão milhares de pessoas que se encontram conformadas com a sua situação de desempregado, porque desistiram de procurar trabalho e ficam assim fora da análise do Eurostat, que avalia os inscritos em centros como o IEFP.

Estes 12,9 por cento não constituem, no entanto, uma surpresa total. As perspetivas do Governo apontam para a manutenção da tendência de perda de postos de trabalho, em virtude das medidas de austeridade, que vão afetar empresas. Face à necessária contenção de custos e retração da economia, a taxa de desemprego deverá continuar a subir.

Segundo estimativas da Comissão Europeia, a taxa de desemprego subirá, em 2013, em Portugal, para os 13,7 pontos percentuais. As previsões do Governo são ligeiramente mais otimistas – ou menos pessimistas – e apontam para 13,4 por cento de desempregados.

Recorde-se que a taxa de desemprego crescera para 12,5 por cento, em setembro. A autoridade estatística europeia revelou ainda que a Zona Euro, naquele mês, apresentava uma taxa média de desempregados de 10,2 pontos percentuais, enquanto a União Europeia registava 9,7 pontos.