Economia

Wall Street fecha semana em baixa devido à escalada nas hostilidades comerciais

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores a recearem uma escalada das hostilidades comerciais entre a China e os EUA, depois do anúncio de novas barreiras alfandegárias.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average perdeu 0,34 por cento, para os 25.090,48 pontos, o Nasdaq desceu 0,19 por cento, para as 7.746,38 unidades, e o S&P500 baixou 0,11 por cento, para as 2.779,42.

No conjunto da semana, marcada por indicadores positivos sobre a economia dos EUA e pelo otimismo da Reserva Federal, o Dow Jones perdeu 0,89 por cento, o Nasdaq ganhou 1,32 por cento e o S&P500 ficou praticamente sem variação.

Os investidores foram abalados hoje pela decisão de Donald Trump de concretizar as suas ameaças, ao anunciar novos direitos alfandegários de 25 por cento incidentes sobre exportações chinesas no montante de 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros). Decisão a que a China respondeu imediatamente.

“Sabíamos que a ameaça de tarifas alfandegárias era real, mas pensávamos que a administração ia acabar por negociar um acordo, ou adiar a data limite”, disse Art Hogan, da Wunderlich Securities.

“Enquanto tal, impor tarifas sobre bens que valem 50 mil milhões de dólares não é economicamente muito importante, mas o efeito psicológico é real e os investidores receiam medidas de represálias e a escalada de tensões que pode intensificar-se”, acrescentou.

Por outro lado, “esta incerteza vai sem dúvida afetar as decisões de investimento a longo prazo das empresas que dificilmente se podem comprometer com investimentos avultados em novos equipamentos ou novas fábricas se desconhecem os custos”, salientou este analista.

Em todo o caso, destacou, as tensões com a China, a difícil renegociação de acordo de comércio livre com o Canadá e o México, ou as represálias desencadeadas pelas tarifas alfandegárias sobre o aço e o alumínio, “podem ser vistas como uma guerra fria comercial”.

Tal visão implica, bem entendido, “a fraca probabilidade de uma escalada destrutiva para todos, mas decorre sobretudo de um processo lento, marcado por confrontos sérios, mas limitados a setores específicos”, estimou.

“É difícil saber se tudo isto não é um vasto jogo de negociação, que acabará antes que alguém seja verdadeiramente afetado, ou se é o início de um ciclo que pode criar reais estragos económicos”, sublinhou Patrick O’Hare, da Briefing.

Algumas grandes multinacionais norte-americanas acusaram a possibilidade de um aumento das tensões comerciais, como a Boeing, que perdeu 1,25 por cento, ou a Caterpillar, que desvalorizou 2,04 por cento.

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