Mundo

Wall Street fecha em baixa por desilusão com resultados, tecnológicas e juros

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, arrastada pelos resultados dececionantes de alguns grupos empresariais, por um acesso de fraqueza do setor tecnológico, designadamente a Apple, e uma ligeira inquietação da subida dos rendimentos no mercado obrigacionista.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,34 por cento, para os 24.664,89 pontos, e o tecnológico Nasdaq recuou 0,78 por cento, para as 7.238,06 unidades.

O índice alargado S&P500 recuou 0,57 por cento, para os 2.693,13 pontos.

As contas trimestrais das empresas continuam a ser divulgadas e “a época abriu em grande velocidade”, estimou Tony Dwyer, da Canaccord Genuity.

O crescimento dos lucros por ação do conjunto das empresas do S&P500 está estimado em 19,4 por cento, destacou. Percentagem esta que deve ser revista em alta nas próximas semanas, previu.

Mas algumas empresas estão a desiludir, como o fabricante de produtos e higiene e de beleza Procter & Gamble, que hoje perdeu 3,27 por cento, ou o produtor de tabaco Philip Morris, que desvalorizou 15,58 por cento.

Por outro lado, “o grupo Taiwan Semiconductor Manufacturing, que produz componentes eletrónicos, divulgou previsões muito dececionantes para o segundo trimestre, assinalando que esperava menos encomendas por parte de clientes como a Apple”, realçou Quincy Krosby, diretor de investimentos na Prudential.

Da mesma forma, esta expectativa de vendas inferiores foi repetida pelos concorrentes da Apple, como Nvidia, AMD ou Intel.

A sessão foi marcada também pela publicação de estatísticas melhores do que esperado sobre a atividade industrial na região de Filadélfia em abril e os subsídios semanais de desemprego.

Estes indicadores, como os divulgados desde o início da semana, “não são deslumbrantes, mas assinalam que o crescimento deve continuar sólido, pelo que a Reserva Federal deve continuar a subir as suas taxa de juro” de referência, interpretou Peter Cardillo, de Spartan Capital Securities.

O resultado foi que no mercado obrigacionista a taxa de juro cobrada à dívida pública norte-americana a 10 anos subiu nitidamente, evoluindo às 21:15 de Lisboa em 2,912 por cento contra 22,873 por cento na noite de quarta-feira, enquanto a dos 30 anos estava nos 3,103 por cento contra 3,060 por cento na véspera.

“Alguns falam mesmo de quatro a cinco subidas (de taxas de juro) este ano, o que seria um comprimido difícil de engolir pelos investidores”, que desde há vários anos beneficiam de taxas de juro muito baixas, comentou Cardillo.

Em destaque

Subir