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Vitória de Merkel deixa-a entre a extrema-direita legal e a ‘Jamaica’

A maior vitória de Angela Merkel é também uma pesada derrota para a reeleita chanceler da Alemanha. A expressiva queda do SPD deixou a porta aberta para o regresso ao Parlamento da extrema-direita (a que está legalizada): a AfD alcançou 12,6 por cento.

A CDU de Angela Merkel foi a grande vencedora das legislativas da Alemanha, com 33 por cento dos votos (em coligação com a CSU). Mas perdeu 8,5 por cento face às eleições de 2013.

Nesse ano, Merkel formou Governo graças à coligação com a segunda força mais votada, o SPD. Só que os sociais-democratas de Martin Schulz sofreram uma “esmagadora derrota eleitoral” (de 25,7 para 20,5 por cento) e agora querem dedicar-se à oposição.

Assim, Angela Merkel entra para o quarto mandato com um Governo minoritário, numa Alemanha habituada a estáveis pactos de regime. Sem o SPD, a CDU terá de convidar a terceira força mais votada.

Só que em terceiro lugar ficou a Alternativa para a Alemanha (AfD), um dos poucos partidos legais da extrema-direita.

Os nacionalistas, que fizeram campanha a criticar Merkel pelo acolhimento a refugiados, são a primeira força à direita da CDU a chegar ao Bundestag (o Parlamento alemão) em 60 anos!

Angela Merkel venceu as legislativas, mas ao mesmo tempo perdeu-as. O SPD recusa voltar a coligar-se e mesmo uma aliança com a AfD será insuficiente, porque mais nenhum partido aceitará juntar-se aos nacionalistas para garantir uma maioria ao Governo.

O Die Linke, oriundo da antiga extrema-esquerda da Alemanha soviética, terminou em quinto lugar, atrás dos liberais do FDP e à frente dos Verdes. Sem qualquer ligação ao Die Linke, resta à CDU apontar à ‘Jamaica’: uma coligação do negro (é mais cinzento escuro) da CDU com o amarelo dos liberais e o verde dos… Verdes.

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