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Vídeo: Polícia baleou homem que ajudava autista indefeso

Mais um caso de excesso de zelo da polícia, nos EUA. Charles Kinsey, um terapeuta que estava a prestar apoio a um jovem com autismo, foi baleado, durante uma crise do paciente, que tinha fugido de um centro de tratamento de Miami. O caso suscitou mais críticas a abusos de violência por parte das autoridades. Veja o vídeo.

O terapeuta Charles Kinsey estava naturalmente desarmado e tentava prestar auxílio a um homem com autismo, que fugira de um centro de tratamento de Miami. Sentado na rua, o paciente brincava.

A tentar acalmar o autista, Charles Kinsey, o terapeuta comportamental, acabou por ser baleado e teve de receber tratamento hospitalar, num caso que acentuou críticas à atuação da polícia nos EUA.

A atuação das autoridades surgiu após uma denúncia, de acordo com a qual um homem armado se encontrava no local.

Diversos agentes deslocaram-se ao local onde viria a ocorrer o disparo. O tiro surge num cenário em que Charles Kinsey está deitado no chão, com os braços no ar, ao lado do homem com autismo. O terapeuta tenta também explicar às autoridades que o paciente não constitui qualquer perigo para a comunidade e que não tem qualquer arma, mas apenas um pequeno brinquedo.

“Ele tem na mão um brinquedo. É um camião de brincar. Sou terapeuta num centro de saúde”, alertava Kinsey, perante um cerco de polícias com armas apontadas a si.

Apesar desta explicação, a polícia decidiu disparar para a perna do terapeuta, para facilitar a sua detenção, que ocorre logo a seguir. O homem é algemado depois de atingido a tiro.

Conhecida a história pela comunidade norte-americana, gera-se a indignação em resultado desta atuação da polícia. Nada de novo, no que diz respeito a esta questão – há uma permanente onda de críticas a diversas decisões das autoridades, em cenários que possam pôr em causa a integridade física dos agentes.

Charles Kinsey contou também que a força das armas era “desnecessária” e que não havia qualquer arma nas mãos do autista. Insistiu que se tratava de uma pessoa com autismo e que o próprio terapeuta estava em condições de lidar com o problema, sem recurso à lei da bala.

A agravar o caso estão alguns detalhes deste episódio. Questionado sobre a razão de ter premido o gatilho, o agente terá dito “não sei”. Por outro lado, a vítima é um homem negro.

Entretanto, Kinsey recuperou e o polícia que disparou ficou suspenso de funções, enquanto ocorre um inquérito a este incidente.

Incidentes de uso de força excessiva não são raros, nos EUA. Algumas histórias envolvem crianças, pessoas com problemas psíquicos, e em quase todos há um denominador comum: a vítima estava desarmada, ao contrário do que pensavam as autoridades que dispararam.

Em casos extremos há mortes desnecessárias e um efeito paralelo: uma onda de violência que se gera pela indignação.

Veja o vídeo, com a reportagem e o testemunho na primeira pessoa.

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