Uma panda-gigante deu à luz trigémeos, na China. Se um parto nesta espécie já é raro, o facto dos bebés terem sobrevivido às primeiras duas semanas é “um milagre”. Os filhotes de Juxiao continuam numa incubadora, mas já são as estrelas das fotos divulgadas pelo zoológico.

O Chimelong Safari Park em Guangzhou, na China, anunciou com pompa e circunstância o nascimento de não um, não dois, mas de três pandas-gigantes, uma das espécies cuja reprodução (seja em cativeiro ou em liberdade) é muito rara.

Mais importante ainda do que o nascimento dos trigémeos, segundo os responsáveis pelo zoológico, é o “milagre” dos três bebés terem resistido às primeiras duas semanas de vida, o que será inédito.

Os três pandinhas-(ainda não)gigantes continuam a viver numa incubadora, juntamente com a orgulhosa mãe, Juxiao.

De acordo com um comunicado hoje emitido pelo zoo, citado pela France Press, os bebés são os únicos trigémeos ‘sobreviventes’, embora o termo não seja cientificamente correcto, uma vez que ainda não decorreu o tempo suficiente para um completo uso do termo.

O nascimento é fruto de um longo trabalho de inseminação artificial, um procedimento obrigatório nos pandas-gigantes, uma das espécies com a mais baixa taxa de reprodução.

Em 2009, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla internacional) alertava para a iminência do desaparecimento dos pandas-gigantes na China, em apenas duas ou três gerações.

Como se não bastasse a baixíssima taxa de reprodução, a espécie está continuamente ameaçada pela expansão urbana do gigante asiático, que culmina na destruição dos habitats naturais.

Nesse mesmo ano, a população de pandas rondava os 1600 exemplares em liberdade, que viviam sobretudo nas províncias de Sichuan, Shaanxi e Gansu.

Só que quase metade desses espaços, segundo a WWF, apresentavam entraves à ‘livre circulação’ dos animais, com várias construções humanas a cortarem rotas migratórias.

Enquanto a China celebra, a Escócia vai fazendo os preparativos: Tian Tian, uma panda-gigante que vive no Zoológico de Edimburgo e que foi inseminada a 13 de abril, deve dar à luz no final de agosto.

Os ânimos têm sido arrefecidos por Iain Valentine, o especialista que colabora com o zoo escocês e que lembrou um aborto sofrido pela mesma Tian Tian: “isto tudo é ciência muito nova e complexa e ainda vamos a tempo para que, tal como no ano passado, a perda tardia de um filhote permaneça inteiramente possível”.