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Vídeo: Comentários racistas das redes sociais postos em outdoors perto de casa dos autores

Atrás do anonimato das redes sociais, os comentários racistas tornam-se arma de arremesso fácil. Uma campanha, chamada ‘Racismo virtual: as consequências são reais’, da autoria da ONG Criola, publicou essas frases em outdoors no Brasil, perto de casa dos seus autores, dando visibilidade a esses comentários que certamente envergonham os seus autores.

Rio de Janeiro e Porto Alegre são algumas das cidades onde foram publicados estes outdoors.

Sentado num computador ou num dispositivo móvel, com uma conta no Facebook ou noutra rede social, há pessoas racistas que se manifestam, em comentários que envergonham.

São frases de ódio que geram repulsa, indignação, também indiferença, mas também ódio. Mais ódio. Para combater este mal, uma Organização Não Governamental (ONG) lançou uma campanha original, chamada ‘Racismo virtual: as consequências são reais’.

A ação da Criola consiste na publicação de alguns comentários racistas, histórias reais, palavras ditas em comentários no Facebook, facadas de quem pensa que as palavras não doem e de quem se julga superior por ser diferente, ou por ser da maioria.

As frases publicadas nas redes sociais ganharam dimensão e visibilidade, quando transportadas para outdoors, que são colocados bem perto do local de residência do seu autor.

Ganharam dimensão porque são cartazes. Mas sobretudo porque deixam de passar despercebidos entre dezenas de outros comentários nas redes sociais, onde se exerce o direito à opinião sem respeito pelo próximo.

O objetivo desta ação da ONG Criola é proteger as mulheres negras. Mas as frases racistas representam muitas outras minorias que também são alvo do mesmo tipo de tratamento.

A identidade dos autores desses comentários foi preservada, porque o objetivo não é apontar o dedo, mas apenas dar visibilidade ao fenómeno.

“Não temos intenção de expor ninguém. A violência gera violência”, salienta Jurema Werneck, da ONG.

“Será que um comentário na Internet causa menos danos do que uma ofensa direta? Para quem publica, até pode ser. No entanto, para quem sofre, o preconceito nunca é só virtual”, pode ler-se na página oficial desta campanha.

Diversas pessoas que não são conhecidas do grande público são alvo, diariamente, destes comentários racistas. Mas quando se trata de figuras públicas vítimas de racismo pelas redes sociais, os casos ganham mediatismo. A iniciativa protege todas elas.

“Há uma quantidade enorme de ofensas e seria possível, inclusive, encontrar uma para cada uma das 5600 cidades brasileiras. Só se salvariam aquelas que não têm acesso à internet”, adianta ainda Jurema Werneck, citada pela imprensa brasileira.

Nesta primeira fase, a campanha escolheu 50 comentários racistas, que estão a ser expostos em diferentes locais, com a foto de perfil dos autores ocultada.

O facto de se ocultar a identidade de quem insulta também terá um motivo simbólico. É que quem insulta está escondido, não dá a cara, é cobarde.

É fácil encontrar quem se expressa de forma racista nas redes sociais e esta ONG comprova-o. A polícia poderia fazer o mesmo.

Veja o vídeo com reações aos comentários e à campanha.

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