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Podem os cães ajudar a prevenir crises de diabetes do dono?

Podem os cães ajudar os diabéticos, prevenindo crises provocadas pela hipoglicémia? A resposta é positiva. Agora, cientistas britânicos detetaram um composto, na respiração humana, capaz de ser detetado pelos cães, que lançam o alerta sempre que os níveis de açúcar estão baixos.

Uma equipa de investigadores britânica encontrou um composto, exalado pela respiração humana e detetado pelos cães, num processo que permite lançar um aviso para a potencial descida de níveis de açúcar no sangue.

A pesquisa, da autoria de investigadores da Wellcome Trust-MRC Instituto de Ciência, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, mereceu honras de publicação na revista norte-americana Diabetes Care, na edição desta segunda-feira.

Graças a este composto, os cães podem ser treinados para ajudar os diabéticos a evitar crises, avisando os doentes de que apresentam níveis de glicémia muito reduzidos.

Os investigadores detetaram que há substâncias químicas exaladas pelo hálito quando os níveis de glicose descem.

E partindo desse pressuposto, avançaram para o estudo, que contou com oito mulheres com idades que rondam os 40 anos, todas elas com diabetes tipo 1.

Primeiro, reduziram os níveis de açúcar no sangue. Depois, realizaram um teste para determinar as substâncias que pudessem ser sinalizadas pela queda de glicose.

E uma dessas substâncias, o isopreno, surgia em maior quantidade quando as diabéticas se apresentavam com hipoglicemia (pouco açúcar no sangue).

Em alguns casos os investigadores verificaram que o isopreno surgia em valores altíssimos, que rondavam o dobro do que seria normal.

Aqui, entram os cães em ação. Sensíveis à presença do isopreno, os caninos podem ser treinados para serem detetores desta ‘anomalia’.

“O isopreno é um dos compostos químicos naturais mais comuns na respiração humana. Mas, surpreendentemente, pouco se sabe sobre a sua origem”, realça Mark Evans, médico no Hospital de Addenbrooke, da Universidade de Cambridge, e coautor do estudo.

Se, por um lado, os seres humanos “não são sensíveis à presença de isopreno”, os cães, por seu turno, “com o seu faro incrível”, conseguem “identificar a substância.

“Podem ser treinados para alertar os donos sobre os níveis perigosamente baixos de açúcar no sangue. O cão fornece um ‘cheiro’ que poderá nos ajudar a desenvolver novos testes para a deteção de hipoglicemia, reduzindo o risco de complicações potencialmente fatais em pacientes com diabetes”, assinala Mark Evans.

A diabetes tipo 1 surge, por regra, na infância ou na adolescência, mas pode ser diagnosticada também nos adultos. É controlada com insulina ou outros fármacos e controlada com uma alimentação regrada, exercício físico regular e controlo também regular dos níveis de glicoce no sangue.

Magic, um cão labrador treinado para o efeito, ajuda a sua proprietária, Claire Pesterfield, que tem diabetes tipo 1.

“Magic está comigo há pouco mais de dois anos e meio. Durante esse período, já fez mais de 2500 alertas”, conta Claire.

Veja o vídeo onde assistirá a… magia.

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