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Urnas já abriram no Iraque para primeiras eleições com votação eletrónica

As urnas abriram hoje no Iraque para as primeiras eleições nacionais desde a declaração de vitória sobre o movimento Estado Islâmico, com o país a encerrar as fronteiras durante o dia e a estrear a votação eletrónica.

Depois de semanas de campanha oficial, não há um candidato favorito, com o atual Presidente Haider al-Abadi a enfrentar a concorrência dos antigos primeiro-ministro e ministro Nuri al-Maliki e Hadi al-Amiri, respetivamente, que têm ligações a Teerão.

Esta indefinição leva a receios de que nenhuma aliança seja capaz de garantir uma maioria absoluta, o que pode resultar num cenário semelhante àquele de 2010, quando foram necessários oito meses para se formar um novo Governo.

Em Bagdad, eleitores que apoiam Haider al-Abadi justificam a sua opção com o crédito que dão ao primeiro-ministro na vitória sobre o Estado Islâmico.

Para aqueles iraquianos, Haider al-Abadi “vingou” os civis mortos nos ataques do grupo terrorista, com a ajuda da coligação liderada pelos Estados Unidos e pelo Irão.

Apesar deste sucesso militar, o Iraque continua a enfrentar problemas económicos, em parte devido à queda nos preços do petróleo.

Para evitar qualquer incidente, as autoridades iraquianas decidiram encerrar as fronteiras e o espaço aéreo no próprio dia das eleições, nas quais existem cerca de 7.000 candidatos (2.000 são mulheres) para ocupar 329 assentos no parlamento, para um mandato de quatro anos.

O novo sistema de votação prevê a distribuição de 60.000 aparelhos por todo o país, de forma a enviar os dados via satélite, informou a comissão eleitoral iraquiana, convicta de que desta forma se irá limitar a fraude e permitir o anúncio dos resultados poucas horas após o fecho das urnas.

Dos cerca de 35 milhões de habitantes, perto de 24,5 milhões são eleitores, distribuídos por 18 províncias, sendo que os iraquianos no exterior poderão votar em 19 países, numas eleições às quais concorrem 87 partidos.

Pela primeira vez, os partidos xiitas, que dominaram a vida política iraquiana nos últimos 15 anos, não se apresentam ao eleitorado com uma lista única, devido a divisões internas.

O mesmo acontece com curdos e sunitas, que chegaram a pedir o adiamento das eleições, alegando que mais de dois milhões de iraquianos continuam a viver em acampamentos, deslocados por causa da guerra com o Estado Islâmico e impossibilitados de votar nos seus territórios de origem.

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