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Urnas fecharam no Iraque em dia de eleições marcadas por confrontos e atentados

As urnas para as legislativas no Iraque encerraram hoje, numas eleições marcadas por confrontos e atentados em várias províncias que fizeram pelo menos seis mortos.

Os resultados deverão ser anunciados nas próximas 48 horas, segundo a entidade organizadora das eleições citada pela AP, mas as negociações para a escolha de um novo primeiro-ministro deverão prolongar-se por meses.

Depois de semanas de campanha oficial, não há um candidato favorito, com o atual Presidente, Haider al-Abadi, a enfrentar a concorrência dos antigos primeiro-ministro e ministro Nuri al-Maliki e Hadi al-Amiri, respetivamente, que têm ligações a Teerão.

Esta indefinição leva a receios de que nenhuma aliança seja capaz de garantir uma maioria absoluta, o que pode resultar num cenário semelhante àquele de 2010, quando foram necessários oito meses para se formar um novo Governo.

Para evitar incidentes, as autoridades encerraram as fronteiras e o espaço aéreo no dia das eleições, nas quais existem cerca de 7.000 candidatos (2.000 são mulheres) para ocupar 329 assentos no parlamento, para um mandato de quatro anos.

O novo sistema de votação prevê a distribuição de 60.000 aparelhos de votação eletrónica por todo o país, de forma a enviar os dados via satélite, informou a comissão eleitoral iraquiana, convicta de que desta forma se irá limitar a fraude e permitir o anúncio dos resultados algumas horas após o fecho das urnas.

Dos cerca de 35 milhões de habitantes, perto de 24,5 milhões são eleitores, distribuídos por 18 províncias, sendo que os iraquianos no exterior poderão votar em 19 países, numas eleições às quais concorrem 87 partidos.

Durante o dia de votação, registaram-se vários confrontos e atentados.

O porta-voz da polícia da província de Diyala (este), o coronel Galib Atia, disse à agência Efe que vários agentes abortaram um ataque contra um centro eleitoral numa zona perto de Yarf al Malh, no noroeste de Diyala.

Os polícias mataram dois alegados membros do autoproclamado grupo Estado Islâmico (EI), que levavam atados ao corpo cintos com explosivos, afirmou Atia.

Em comunicado, o comandante das operações especiais, o general Maan al Sadi, destacou que as forças antiterroristas desativaram hoje um artefacto explosivo colocado perto de um centro eleitoral na província de Kirkuk, situada no norte do país.

Pelo menos quatro elementos da milícia pro-governamental Multidão Popular morreram e três ficaram feridos pela explosão de uma bomba, à passagem de uma patrulha da milícia, que fazia parte do dispositivo para assegurar as eleições na província de Saladino, relatou à Efe fonte da segurança.

Hoje, realizaram-se no Iraque as primeiras eleições parlamentares desde que foi proclamada a derrota do EI, nas quais cerca de 24 milhões de iraquianos são chamados a renovar os 329 deputados do parlamento, cuja principal missão será a reconstrução do país.

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