Ciência

Tumores testados no IPO para criar tratamento personalizado contra cancro da mama

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto vai avançar para um tratamento personalizado contra o cancro da mama. A iniciativa depende de um estudo genómico, a ser feito sobre tumores extraídos da mama, que vai medir a agressividade da doença e tentar antecipar as probabilidades do desenvolvimento de metástases e da necessidade de quimioterapia.

Joaquim Abreu de Sousa, coordenador da Clínica de Mama do IPO-Porto, adiantou à agência Lusa que o teste genómico, disponível a partir de 17 de julho, estuda 50 genes associados ao cancro da mama, determinando, para além do grau de agressividade do tumor, a forma como este se vai comportar.

O cruzamento dos vários dados, como o tamanho do tumor, o número de gânglios e o grau de diferenciação celular, entre outros, vai tornar o diagnóstico mais fiável.

Caso o estudo consiga identificar as diferentes assinaturas genéticas da doença, os médicos poderão criar um método de trabalho específico para cada paciente, com diagnósticos e terapêuticas individuais e mais especializados.

Segundo Joaquim Abreu de Sousa, foi administrada “muita terapêutica adjuvante” (quimioterapia) a doentes com cancro da mama, na última década, sem resultados práticos em cerca de dois terços do total.

Com uma assinatura genética do tumor será possível “evitar o sub e o sobretratamento dos doentes”, acrescentou o médico, salientando que só serão selecionados para a quimioterapia os pacientes com maior certeza de responderem ao tratamento.

A nível económico, esta personalização das terapias vai permitir “uma redução na despesa relacionada com os custos diretos da quimioterapia e com efeitos adversos associados”.

Ao contrário do que acontece com os testes da primeira geração (introduzidos no início deste milénio), estes testes personalizados vão permitir uma análise da assinatura genética pelos médicos que acompanham os pacientes, evitando que as amostras tenham de ser enviadas para um laboratório externo.

 

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