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Tratar o cancro ou arriscar a gravidez? “É o pesadelo de qualquer pai”

Um casal britânico divulga a “decisão mais difícil” que pode caber a um pai. Laura estava grávida quando soube que tinha um cancro dos intestinos e, para sobreviver, teria de ser operada, o que obrigava a que antes tivesse de abortar.

“Foi a decisão mais difícil que alguma vez tivemos que tomar. É o pesadelo de qualquer pai”, desabafa Laura Andrews, que com o marido, Dayle, tem participado em várias iniciativas de fundações e organizações que lutam contra o cancro.

“Disseram-me que tinha que terminar a gravidez no prazo de um mês. Foi uma montanha-russa de emoções, tudo na mesma semana” em que soube que tinha um cancro nos intestinos e que estava grávida, recorda Laura, em entrevista ao Metro.

Este casal de Lancashire, em Inglaterra, andava há tempos a tentar dar um irmão (ou irmã) a Mayla, a filha de 2 anos. De rajada, Laura soube que tinha tumores nos intestinos, que estava grávida, que teria de abortar e que iria passar por uma complicada cirurgia.

As hipóteses do futuro bebé vir a sobreviver eram quase nulas, tal como as da mãe: a cirurgia era obrigatória, mas para isso a gravidez teria de ser terminada.

Laura, que congelou óvulos para manter vivo o sonho de dar um maninho ou maninha a Mayla, ficou sem cólon, reto e parte do intestino, removidos cirurgicamente.

O casal usa agora um saco de ileostomia: a mulher para recolher os dejetos à saída do intestino, o homem numa versão tatuada para partilhar a agonia da companheira.

O sofrimento de Laura, que vai ter de continuar a fazer quimioterapia, está longe do fim: “Vou ter que usar este saco para o resto da vida. Não tem sido fácil, mas ao menos já removi os tumores e reduzi o perigo do cancro se espalhar mais”.

Para que outros pais não tenham de enfrentar o “pesadelo” de uma escolha impossível, Laura e Dayle têm dado a conhecer “a decisão mais difícil” que já tomaram, apelando ao rastreio: “É importante que cada vez mais gente o faça, porque pode mesmo salvar vidas”.

“Eu que o diga, podia ter salvo o meu bebé”.

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