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Trabalho, honestidade e competência?

Autor: Luís Nunes dos Santos

Estamos a caminhar a passos largos para as eleições autárquicas de 2017, os vários partidos aprontam discursos e candidatos para o embate de 1 de outubro. Em Évora não é diferente: a grande maioria dos candidatos à presidência da câmara estão apresentados, portanto a campanha está lançada ainda que no geral a meio gás, os habituais cartazes também já andam nas ruas.

A CDU, partido que está à frente da gestão do município, escolheu para o mote dos seus cartazes três adjetivos “trabalho, honestidade e competência” que não qualificam de todo o último mandato deste executivo camarário, bem pelo contrario, uma vez que falharam em toda a linha o programa que apresentaram nas ultimas eleições. Diziam mal do Partido Socialista e passado quatro anos, é claramente visível que são tão maus a governar o concelho de Évora quanto eles.

Évora precisa de melhor, precisa de inovar, criar condições para a fixação de empresas, para a criação de emprego e sobretudo para a fixação de pessoas.

Há quatro anos, em entrevista ao Jornal “Avante” no dia 8 de agosto o Dr. Pinto de Sá afirmava que “a CDU dará prioridade… à desburocratização do licenciamento municipal para que projetos de investimento não fiquem sem resposta durante meses e mesmo anos, como agora acontece”. O próprio programa da CDU contempla isto “a Câmara Municipal de Évora está, hoje, anquilosada, centralizada, desarticulada, estruturalmente desequilibrada, burocratizada, sem noção de serviço público, descredibilizada”.

Qualquer munícipe que se serviu da câmara, e dos seus serviços nos últimos quatro anos consegue facilmente ver que nada mudou, estes serviços não funcionam e muito menos garantem um serviço público adequado à população. Assustam quem quer investir em Évora tal não é a demora, cai por terra o primeiro chavão do cartaz: trabalho! Uma vez que ele não foi feito.

Na mesma entrevista ao Jornal Avante, o mesmo Pinto de Sá diz ter uma nova visão estratégica, planeada, inovadora, integrada e sustentada para o património, urbanismo, ordenamento e ambiente, dando prioridade ao interesse coletivo. O programa da CDU incluía “assegurar a limpeza e higiene públicas de forma permanente, imagem de marca que Évora já teve; fazer um levantamento dos edifícios e equipamentos devolutos” e ainda “assegurar a higiene e limpeza públicas: reorganizar os serviços municipais de modo a retomar e garantir elevados níveis e padrões de higiene e limpeza públicas”.

Volvidos estes quatro anos desta aparente “nova visão” para a cidade por parte da CDU, todos nós conseguimos ver a falta de honestidade que este executivo teve para com os eborenses: em Évora a higiene e a limpeza dos espaços públicos nunca foi tao má, os edifícios da nossa histórica cidade nunca estiveram tão degradados. Évora com este executivo deixou de ser a típica cidade de paredes brancas que fora outrora. Segundo chavão da CDU que cai, e este cai com estrondo, uma autarquia que não consegue sequer manter o espaço público impecável numa cidade que tem o turismo como um dos polos de atração não pode dizer-se honesta.

Voltando uma última vez ao artigo do jornal Avante, Pinto de Sá afirmava que a “água é dos cidadãos” e ele desta vez não se enganou, a agua é de facto dos cidadãos. Não fosse o facto de sob o jugo da governação da CDU ela faltar muitas vezes tanto aos cidadãos, como a várias empresas de grandes dimensões do nosso tecido empresarial, empresas essas que precisam da água para trabalhar.

Se a agua é de facto um bem público, então a câmara tem que ser competente e deve cumprir com as suas funções, se a população paga os seus impostos então tem que ter garantias que a água seja de qualidade e que não aconteçam roturas sistemáticas. E é desta forma que o último chavão da CDU, competência cai de vez por terra!

Se dúvidas houvesse em relação ao comportamento da CDU nestes quatro anos de (des)governação, foram aqui dissipados, e com uma ajuda clara do próprio presidente da câmara que foi incapaz de inverter positivamente a tendência desastrosa da herança despesista e terrível do executivo do partido socialista.

Os problemas que já existiam agudizaram-se, há novos e perigosos problemas, é facto que estes anos de CDU foram tudo menos de trabalho, honestidade e competência.

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