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Trabalhadores da Carnes Nobre, em Rio Maior, iniciaram hoje semana de greves

Uma centena de trabalhadores da Carnes Nobre, em Rio Maior, estão, segundo fonte sindical, concentrados em frente da empresa desde as 13:00, no primeiro dia de uma paralisação por melhores salários que se vai realizar até sexta-feira.

Rui Matias, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), disse à Lusa que os cinco dias de paralisação, entre as 13:00 e as 18:00, apanhando os turnos da manhã e da tarde, acontecem porque não houve evolução satisfatória quanto às reivindicações dos trabalhadores, que já haviam motivado um protesto no passado dia 08 de março.

Uma das reivindicações, “negociável”, passa pela manutenção do diferencial de cerca de 50 euros acima do valor do salário mínimo, que o sindicalista disse não estar a ser respeitado desde que entrou em vigor o salário de 580 euros no início do ano.

Rui Matias referiu ainda “discrepâncias” salariais entre homens e mulheres, realçando que estas, na sua maioria mães, constituem o grosso da mão de obra na unidade de Rio Maior do Grupo Campo Frio (cerca de 500 num universo de “600 a 700” trabalhadores).

Segundo o responsável do SINTAB, a maioria da centena de trabalhadores que hoje paralisaram e se concentraram em frente à Nobre Alimentação, no final do turno da manhã, são mulheres.

“Não tenho dúvidas de que a adesão será muito grande”, disse Rui Matias, adiantando que o protesto culminará na sexta-feira à tarde numa ação que contará com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.

Além da reivindicação de “melhores salários”, o sindicato reclama “o cumprimento da lei no que diz respeito aos horários de trabalho e atribuição de horas de amamentação a trabalhadoras lactantes”, bem como “a redução dos vínculos de trabalho precários”.

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), de que a Nobre Alimentação é associada, declarou em março, numa “nota de esclarecimento”, que, nos últimos anos, têm sido desenvolvidos esforços para a existência de tabelas salariais “que permitam um nivelamento salarial devidamente ajustado às funções”.

Afirmando defender o diálogo social, a APIC apelava ao “sentido de responsabilidade dos sindicatos para que neste processo sejam encontradas as soluções mais adequadas para o setor e para os seus trabalhadores”, sublinhando ser sua missão “assegurar a competitividade necessária para que o setor continue a crescer dentro e fora do país”.

“Os associados da APIC empregam cerca de 6.600 trabalhadores e mantêm o seu forte compromisso com a valorização da dignificação de todos os seus colaboradores”, acrescentava.

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