Economia

Tecnologia portuguesa lê informação oculta em obras de arte

Serviço de análise multiespectral já está disponível no laboratório da Signinum, em Braga.

A startup portuguesa XpectralTEK desenvolveu uma tecnologia que permite fazer a leitura de informação escondida em obras de arte. A análise multiespectral de diagnóstico, não invasiva e não destrutiva, já foi testada durante a requalificação da Igreja dos Clérigos, no Porto.

A inovação nasceu no laboratório de gestão e conservação na área de diagnóstico não invasivo da Signinum – Gestão de Património Cultural, empresa que criou a XpectralTEK, startup dedicada à criação de soluções de visão artificial com base em imagem multiespectral.

“Com este equipamento de tecnologia de ponta o laboratório da Signinum consegue disponibilizar mais um serviço de diagnóstico não invasivo de peças de arte, quer a privados, quer a particulares.”, refere António Cardoso, CEO da Signinum.

A tecnologia da XpectralTEK, startup incubada no UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto), pode ser aplicada em qualquer superfície, quer em telas de pintura ou azulejos.

“Esta análise explora as características que os materiais possuem em refletir, absorver e emitir radiação eletromagnética, que dependa da composição e forma molecular. Sabendo que cada substância possui uma refletância ou fluorescência típica, como se de um bilhete de identidade se tratasse, torna-se possível obter informação sobre as obras que, à vista desarmada, não seria possível”, afirma o CEO da empresa.

A análise multiespectral ao património cultural possibilita a atuação na fase de diagnóstico (com a localização, leitura e análise de informação escondida), durante a intervenção de conservação e restauro (ao classificar e mapear pigmentos e substâncias, visíveis ou não, em qualquer superfície) e na monitorização (através da realização de várias leituras espectrais, em tempos diferentes, que permite detetar, e mesmo prever, alterações que possam levar à degradação das obras).

Em 2016, a tecnologia foi testada na Igreja dos Clérigos, no Porto, e conseguiu localizar, ler e analisar informação escondida em obras de arte.

No mesmo ano, no Museu Nacional de Machado de Castro, foi possível monitorizar o estado de uma pintura e a necessidade de intervenção, através de leitura feita por ultravioletas e infravermelhos.

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