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Também eu já fui uma “Eterna Insatisfeita”

Como encontrar Paz, quando a rotina prevalece, por aqueles que buscam intensamente o sentir emoções fortes que os relembrem que estão vivos?

Esta é sem dúvida uma das grandes razões pela qual muitos encontram algum “conforto” no consumo de drogas, álcool e em muitos outros “esquemas” que os activem para lá daquilo que realmente é a sua própria vida.

Este tipo de “indivíduo”, comummente, é conhecido pelo “eterno insatisfeito”, por mais que conquiste falta-lhe sempre mais… Não é fácil para este tipo de personalidade viver nesta constante busca por algo que o priva que nem ele próprio consegue distinguir o que possa ser…

Eu acuso-me de já ter sido uma dessas pessoas que nunca estão satisfeitas com nada, que procuram sentir sempre mais… que a vida era uma constante busca sem fim, pois a rotina tornava-se absolutamente enlouquecedora…

Numa primeira fase é a “fome” de conquistar aquilo que a sociedade nos impõe e como imaturos e inexperientes adoptamos como sendo também a nossa verdade e lá vamos nós atrás de tudo aquilo que está imposto como sendo o “correcto”… E sim, a força é tanta por estes supostos insatisfeitos que não se cansam até alcançarem o que hipoteticamente os vai fazer felizes. Seja um novo emprego, até a uma nova relação amorosa. O que os impulsiona viver é sentir mais e mais emoção… Durante esta conquista vão se apercebendo que sempre que o troféu lhes é entregue preenche parte do vácuo mas aquele vazio por identificar ainda se faz notar… e após tantas desilusões acabam por perceber que afinal o “caminho” tem que ser outro…

Falando especificamente para os “eternos insatisfeitos”, é possível sim identificar o que tanto procuram, a tão desejada Paz de Espírito… O estado “emocional” mais elevado que podemos alcançar, onde não há lugar a picos emocionais.

Só no conhecimento, sem máscaras, do que somos é que encontramos o “esquema” que nos irá conduzir a este estado de plenitude.

A pacificidade encontra-se na mais básica melodia, a vida tal e qual ela é, percebendo que somos nós os únicos responsáveis pela posição em que nos encontramos…

Observando o meu percurso de vida é tão transparente para mim detectar que as minhas vontades em querer sentir sempre mais me levaram a incorrer em determinadas acções, não reflectidas, para que rapidamente fosse colmatado aquele vazio de dimensões incalculáveis… e esse “inocente” agir respondeu-me tanto com episódios de extrema felicidade como de torturante sofrimento…

Parar para tentar perceber o porquê do que me estava a acontecer era mais que evidente… Alguma explicação teria que encontrar para que não tivesse que passar por momentos de tal oscilação que me desorientavam por não os conseguir manter sempre no ponto mais alto da emoção, quando satisfeita a “vontade”.

Esta viagem pelo profundo conhecimento do que sou é de tal forma rica que já poucas vezes procuro sentir emoção fora dela… Hoje delicio-me a conhecer o ser humano, desde o que se processa no seu estado mental, emocional ao espiritual… e posso dizer-vos que é a minha maior aventura, não preciso de voar de asa delta, nem tão pouco de ir à lua para viver tão grandiosa experiência, pois o tempo que disponibilizo para me/nos estudar transcende qualquer adrenalina externa… Tive tanto medo em deixar-me conhecer, passei por momentos tão dolorosos ao aceitar que nada do que aconteceu na minha vida foi provocado pelo outro, mas sim por mim mesma, que hoje estou absolutamente consciente de que fui extremamente abençoada pela minha aprendizagem e de que não precisei de cair na doença ou chegar a estados humanos “decadentes” devido à teimosia do ego e ao “mascarado” orgulho.

Aceitei aos primeiros sinais de sofrimento atroz no meu emocional e no meu mental de que não valeria a pena deixar-me ir mais longe e só preenchendo-me de Amor é que iria conseguir estabilizar os tantos porquês que invadiam toda a minha existência.

Agradeço pelo meu crescimento não ter sido assim tão penoso para que eu despertasse e desse início à construção do caminho que me leva ao estado de Paz, ao Amor e á genuína alegria… Ser quem sou aceitando o que todos vocês são, vivendo com sentida compaixão do que é a vida humana e a razão pela qual existimos deixa-me finalmente num estado de profunda harmonia com aquilo que é…

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