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Supernanny incentivou criança a exagerar comportamentos

A criança que participou no primeiro Supernanny revelou que a produção do programa da SIC incentivou-a a exagerar nos comportamentos, revelou a madrasta da menina, em tribunal. A defesa da estação de televisão contrapõe, alegando que o testemunho tem contradições e não é credível.

Na terceira sessão do julgamento, Luísa Botelho citou um exemplo dado pela menor que protagonizou o primeiro episódio: um operador de câmara ter-lhe-á pedido para “bater mais na mesa”, segundo noticia a agência Lusa.

A defesa da SIC tentou descredibilizar a madrasta, considerando que há contradições no depoimento e solicitando que esse operador de câmara fosse ouvido pelo tribunal, pedido feito também pela Warner Bros.

Porém, a juíza recusou ambos, sustentando que essa audição não traria factos importantes para o processo, uma vez que em causa estão os conteúdos exibidos no Supernanny.

Luísa Botelho revelou ainda que o pai da menina não foi autorizado a ver o programa antes do mesmo ser emitido.

Depois de ver o episódio e, sobretudo, a constante repetição dos spots promocionais, o pai entendeu que a situação “passava os limites aceitáveis” e entrou em contacto com a comissão de proteção de menores e com a SIC.

“Tentámos interceder junto da SIC. Pedimos para visualizar o programa. A SIC disse que os responsáveis não se encontravam”, argumentou a madrasta da criança.

Ainda segundo Luísa Botelho, o pai da menina foi ameaçado pela SIC “com um processo”.

Quando questionada sobre o reforço positivo do comportamento da menor, a testemunha respondeu que o programa apenas aumentou as inseguranças da criança.

“Sinto que, em termos comportamentais, há instabilidade. A relação entre os pais deixou de ser a melhor, vê-se exposta na escola. A imagem que tem a chorar e a fazer determinados comportamentos acaba por lhe incutir que ela é assim”, afirmou.

O julgamento, que decorre no Tribunal Judicial de Oeiras, decorre da ação especial de tutela da personalidade interposta pelo Ministério Público, em representação de crianças e jovens participantes no programa.

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