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Subornam coveiro para trocar urna e reclamar indemnização de 20 mil euros

funeralUm casal de Vila Franca de Xira é suspeito de tentar obter uma indemnização, subornando o coveiro do cemitério de Alverca do Ribatejo, para que este trocasse a urna onde estavam depositados os restos mortais de um familiar. O objetivo seria imputar o erro à Junta de Freguesia e reclamar uma indemnização por danos morais. Os suspeitos acabaram acusados dos crimes de profanação de cadáver e de corrupção.

Segundo conta o jornal Público, o caso ocorreu em 2011. O plano traçado por um homem de 31 anos e a mulher de 28 passava por convencer o coveiro do cemitério de Alverca do Ribatejo, tutelado pela Junta de Freguesia, a trocar os restos mortais de um familiar, pelas ossadas de uma outra pessoa.

Esta troca de cadáveres iria mais tarde ser descoberta, o que permitira aos dois suspeitos reclamar uma avultada indemnização. E o primeiro passo foi convencer o coveiro, o que o casal terá conseguido, pagando “100 euros”.

O coveiro iria entregar “uma urna com uma ossada completa, não identificada e considerada abandonada”, de acordo com o despacho de acusação, a que a agência Lusa teve acesso. O arguido foi então ao “ossário da avó e trocou a urna da familiar pela que tinha sido entregue pelo coveiro”.

Segundo o Ministério Público, o casal suspeito guardou a urna em casa, ao longo de “quase quatro meses”. Entretanto, a advogada do arguido já tinha feito uma deslocação à Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo (Vila Franca de Xira), onde terá exigido uma “indemnização de 20 mil euros, alegando erro dos serviços da autarquia local”, relata o Público.

Acontece que o plano saiu furado, já que o coveiro decidiu confessar que tinha sido pago para trocar as ossadas. O casal foi detido, nesse ano, e o coveiro, que exerce funções na Junta de Freguesia há duas décadas, foi suspenso da atividade durante quatro meses, como resultado de um procedimento disciplinar.

Neste momento, o casal encontra-se em liberdade, mas sujeito à medida de coação mínima, de termo de identidade e residência. Respondem pelos crimes de corrupção e profanação de cadáver, enquanto o coveiro responde pela coautoria dos crimes.

O julgamento vai ocorrer em Vila Franca de Xira, em data que ainda não foi determinada.

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