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“Sócrates não se interessou pelo combate à corrupção”, garante João Cravinho

João Cravinho, o socialista que criou medidas contra a corrupção travadas pelo PS de Sócrates, afirmou que os comportamentos do então primeiro-ministro “não são adequados”.

Em entrevista à TSF, o histórico socialista fez questão de lembrar a distância que sempre teve para com o então secretário-geral do partido.

“No meu íntimo, não tenho dúvidas de que os comportamentos de Sócrates – como secretário-geral do PS, como primeiro-ministro e como pessoa – não são adequados, não são admissíveis”, sustentou.

“Não recomendo que esse tipo de comportamento faça parte do perfil padrão, neutro, de um futuro primeiro-ministro”, insistiu.

O antigo ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território (de 95 a 96, quando à frente do Governo estava António Guterres) criticou também a “grande baralhada” que existe na sociedade sobre a presunção de inocência.

“Se subordinarmos a apreciação ética à apreciação judicial, acabamos por judicializar a ética e a moral”, explicou.

Nesse sentido, com base na informação já conhecida sobre José Sócrates, é possível fazer-se “uma avaliação política, ética e moral” do comportamento do então primeiro-ministro e líder do PS.

“Há lições a tirar”, continuou: “Sem dúvida nenhuma, tenho de constatar que Sócrates, como primeiro-ministro e líder do PS, não se interessou pelo combate à corrupção”.

“Tenho uma experiência direta, flagrantíssima. Ele não quis que se aperfeiçoasse o sistema”, frisou.

Foi devido a esse ‘travão’ imposto por José Sócrates que “ainda hoje” a luta contra a corrupção, em especial no plano da prevenção, “anda sem rei nem roque”, concluiu João Cravinho.

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