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Sobreviveu ao Holocausto para ser beijada pelo ‘contabilista de Auschwitz’

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Oskar Groening, que aos 93 anos está a ser julgado pela participação no Holocausto, teve de encarar hoje uma sobrevivente. Eva Kor, que perdeu os pais em Auschwitz, recebeu um abraço e um beijo do guarda das SS que era conhecido como ‘o contabilista’ daquele campo de concentração.

Setenta anos depois do encerramento do campo de concentração e extermínio de Auschwitz, na Alemanha nazi, um guarda das SS teve de encarar uma sobrevivente.

O momento só foi possível porque Oskar Groening, aos 93 anos, está a ser julgado pela participação no terror, ele que ficou conhecido como ‘o contabilista de Auschwitz’.

Foi nesse campo da morte que Eva Kor, hoje com 81 anos, perdeu os pais, nas câmaras de gás.

O reencontro foi emocionante porque Groening está a ser julgado pela cumplicidade no extermínio de cerca de 300 mil pessoas, o que é negado pela sobrevivente.

Eva Kor defende que ‘o contabilista de Auschwitz’ não teve responsabilidade na morte dos prisioneiros, uma vez que tinha por função, como a alcunha indica, contabilizar (e depois transferir para as SS) os valores e pertences de quem entrava no campo.

A sobrevivente lembrou que foi o próprio Groening, numa antiga entrevista à prestigiada revista Der Spiegel, a esclarecer o papel que desempenhou e tudo o que viu acontecer no campo da morte, a qual na altura foi elogiada como um testemunho vital para ‘chumbar’ as teorias negacionistas do Holocausto.

Mas a argumentação de Eva Kor caiu mal junto de outros sobreviventes, nomeadamente os 49 queixosos.

Depois do depoimento, enquanto testemunha de acusação, Eva Kor aproximou-se de Oskar Groening, com o qual trocou breves palavras.

Foi nesse momento que o antigo guarda da tropa de elite nazi, as SS, cumprimentou a sobrevivente com um beijo, ao que Eva Kor respondeu com um sentido abraço. Afinal, ambos passaram pelo horror e continuam vivos, 70 anos depois de Auschwitz.

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