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Sente-se triste e usa o Facebook? Não há coincidências…

Há um estudo do Instituto de Pesquisa Dinamarquês da Felicidade que associa o Facebook à infelicidade e a uma vida social menos ativa. Utilizadores desligaram-se da rede social e foram submetidos a inquéritos. E confessaram: eram mais felizes quando trocavam os ‘amigos’ pelos amigos.

Pesquisa dinamarquesa associa uso do Facebook a uma perda de qualidade de vida.

No mundo, mais de mil milhões de pessoas têm conta ativa no Facebook. E as redes sociais consomem muitas horas diárias aos utilizadores, alguns dos quais em assumida dependência.

Esta realidade deu origem a um estudo, realizado na Dinamarca, que consistiu em recorrer a uma amostra de 1095 pessoas, sendo que metade eram utilizadores da rede social e a outra metade dispensou esta ferramenta.

Um detalhe importante: o Facebook foi a rede social analisada, mas apenas porque é a mais popular nas diferentes faixas etárias. Os investigadores consideram, assim, que estes resultados agora obtidos podem ser aplicados a outras plataformas do género.

Meik Wiking, diretor do Instituto de Pesquisas sobre a Felicidade, explicou à AFP precisamente esta opção dos investigadores: “Escolhemos o Facebook porque é a rede social mais utilizada por pessoas de todas as idades”.

Depois de uma semana de acompanhamento dos dois grupos, chegaram os resultados. E são surpreendentes, não porque maior felicidade esteja associada à ‘abstinência’ de redes sociais, mas pelos números.

Segundo a pesquisa, 88 por cento das pessoas que se desligaram da rede social durante sete dias sentiram-se mais felizes. Repita-se: 88 por cento.

Mas há mais dados intrigantes. Mais de oito em cada dez pessoas envolvidas no estudo admitiram que se sentiam mais felizes em privação do Facebook.

Por outro lado, assinale-se também, houve uma minoria de 12 por cento que se disse mais insatisfeita por não estar a partilhar informações nas redes sociais.

Após esta experiência, os utilizadores que se abstiveram de recorrer ao Facebook revelaram também que a sua vida social melhorou, apresentaram menos dificuldade em atividades que exigem concentração, por exemplo, enquanto o grupo que manteve a utilização da rede social mostrou resultados contrários.

Segundo os autores do estudo, estes resultados explicam-se pelo facto de, ao ligarmo-nos às pessoas através de um meio como um computador ou dispositivo móvel, sem contacto físico, concentramo-nos na vida dos outros, em vez de darmos relevância ao que precisamos e ao que nos traz felicidade.

“Em vez de nos concentrarmos naquilo que precisamos, temos o hábito de nos dedicarmos às coisas que dizem respeito apenas aos outros”, explicaram.

Assim, os investigadores entendem que o Facebook prejudica a felicidade das pessoas e desvia a atenção daquilo que realmente importa.

As relações pessoais geram a verdadeira interação e provocam sentimentos positivos, ao contrário do que se verifica no círculo de ‘amigos’.

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