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Salários dos assessores da Assembleia de Lisboa geram polémica

Um assessor da Assembleia Municipal de Lisboa pode ganhar até 3752 euros brutos por mês. Um secretário pode auferir até 2802 euros. São “valores altos”, diz quem está no meio, que deixam os partidos em silêncio. Tirando o PSD, que usou o tema para nova guerrilha interna.

Os valores foram adiantados pelo jornal I e levaram a presidente da Assembleia, Helena Roseta, a agendar o assunto para a conferência de representantes de amanhã.

Os salários dos assessores e assistentes da Assembleia Municipal de Lisboa estão acima da média, seja a profissional ou a pública. Aprovada a 23 de novembro, a tabela define que um assessor a tempo inteiro possa ganhar até 3752,50 euros por mês, ou 1876,25 euros a tempo parcial.

Feitas as contas, a Câmara de Lisboa vai gastar mais de um milhão de euros por ano, até 2021, com assessores, assistentes e secretários dos membros da Assembleia Municipal.

“Não corresponde a nenhum ordenado individual. Não há ninguém que ganhe aquele valor concretamente”, garantiu uma fonte que o I não identifica, citando apenas como próxima da mesa da Assembleia.

O tema é incómodo para os partidos com representantes eleitos, que preferem não comentar o caso. Tirando o PSD, que aproveitou esta polémica para uma nova guerrilha interna.

José Eduardo Martins, que encabeçou a lista para a Assembleia nas autárquicas de 1 de outubro, admitiu que “não deve haver caso correspondente em todo o País”.

“Muitos são os exemplos de tudo o que não devia acontecer. Alguns a raiar o surrealismo, como o caso de deputados que eram simultaneamente assessores de si próprios”, acrescentou o ex-deputado municipal.

“Ex” porque José Eduardo Martins suspendeu o mandato quando outro social-democrata, Luís Newton, se candidatou à liderança da bancada do PSD na Assembleia Municipal.

“O mais grave”, defendeu Luís Newton, é quem “vem procurar fazer falsos e tristes moralismos neste tipo de artigos, à procura de um populismo barato e de uma notoriedade bacoca”, como – sem o citar – José Eduardo Martins.

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