Ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres
Os números voltam a fazer pensar e, nesta segunda-feira, ficamos a saber que mais de 80 por cento da riqueza criada no mundo, no último ano, pertence a um por cento da população mundial, de acordo com dados divulgados por uma organização não-governamental.
Segundo um relatório da Oxfam, o nível de riqueza que está nas mãos deste um por cento da população daria para acabar com a pobreza extrema e, no último ano, essa riqueza aumentou 620 mil milhões de euros.
“Enquanto o um por cento mais rico ficou com 27 por cento do crescimento do rendimento global entre 1980 e 2016, a metade mais pobre do mundo ficou com 13 por cento”, pode ler-se no relatório.
“Mantendo o mesmo nível de desigualdade, a economia global precisaria ser 175 vezes maior para permitir que todos passassem a ganhar mais de quatro euros por dia”.
Em 2017, diz a Oxfam, houve um aumento histórico no número de multimilionários e que a riqueza está guardada nas mãos de “meia dúzia”.
Desde 2010 e na comparação entre os ganhos para os trabalhadores e para os multimilionários, a Oxfam nota que se deu um aumento em seis vezes mais da riqueza dos ricos (passando a redundância) do que os aumentos dos salários pagos aos trabalhadores.
Esta análise tentou ainda perceber a origem das fortunas e percebeu que “dois terços estão ligadas a heranças, monopólios e capitalismo clientelista.”
Além disso, esta análise mundial nota uma diferença entre homens e mulheres.
Em cada dez novos multimilionários, nove são homens
Este relatório destaca que as mulheres ganham “menos que os homens” e têm um índice elevado na representação nos empregos mais precários.
Segundo o relatório da Oxfam, em cada dez novos multimilionários, nove são homens.
O relatório surge um dia antes do arranque do Fórum Económico mundial, que reúne os principais líderes políticos e empresariais do mundo, na Suíça.