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Resgatar os sentidos

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Que tipo de experiência os nossos sentidos captam quando vivemos num frenesim de emoções, sentimentos e pensamentos? Quando vivemos com os odores da cidade, quando bailamos na vida Bohemia, quando observamos e presenciamos tantas desgraças, quando simplesmente saímos à rua e deparamo-nos com tanta pobreza… É pelos nossos sentidos que percepcionamos da forma mais densa a matéria existencial que neste Agora actuamos. Seja o belo e leve lado da vida como o mais pesado e camuflado cenário, tudo depende da perspectiva que escolhemos actuar.

O nosso olhar está vestido pela realidade que deixamos penetrar, os nossos olhos trajam-se conforme a interpretação que damos ao que observamos ou pela compreensão criativa de quem Somos e o que estamos aqui a fazer. A visão do Mundo interior e exterior é nos facultada pelo espelho da nossa Alma.

A nossa audição ecoa tudo aquilo que deixamos entrar, desde promessas políticas a palavras proferidas jornalisticamente em tom sensacionalista, onde nos informam de mais e mais medidas de estagnação social e outras notícias acerca da presente realidade do Mundo. Também diariamente estamos expostos às histórias contadas em forma de drama pelos nossos amigos, familiares e até mesmo pela ficção de um filme ou novela. Os nossos ouvidos ouvem o que querem e o que não querem…. Desabafos, insultos, risadas, choros, gritos, sons da metrópole…

E os cheiros!!! Tanto inalamos aromas de encantar, como a pele de um bebé ou um perfume fresco e leve, como somos invadidos por suculentos refogados, assados que nos criam desejos alimentares ou odores menos apelativos como a poluição e a pobreza….

E o palato? É pela nossa boca que damos vida aos sabores, ao doce e ao amargo, ao salgado e ao insosso. É o nosso paladar que aprova o que ingerimos no nosso organismo. É o sentido que de uma forma mais densa mais física dá passagem ao que irá contribuir para alimentar o nosso corpo. É através dos lábios que tocamos outros lábios, outras faces…. Que saboreamos a pele no acto do Amor… Este sentido toca a intensidade das palavras que proferimos…

O tacto…. Toca, sente, molda, acaricia, trabalha. É com este sentido que damos vida às nossas mãos ao agirmos fisicamente, fazemos uma carícia, ou damos uma bofetada, transportamos uma flor ou uma arma. Através do tacto sentimos o calor da pele ao acariciarmos face a face, sentimos a união dos corpos no Amor físico, sentimos a vibração do encruzilhar mão com mão.

Tão expostos estão os nossos sentidos quando despertos, tão carregados de informação…. A energia acumulada é intensamente mesclada pela dualidade que vamos experenciando.

Como equilibra-los? Como nos protegermos para não nos deixarmos afectar por tudo o que eles absorvem desde que nascemos? Como sermos felizes com tanta informação perturbadora que nos chega? Como conquistar a neutralidade quando expostos ao mais belo perfume ou ao odor de um sem abrigo, quando observamos a pobreza e a ostentação dos ricos, quando tocamos um bebé ou um aperto de mão a alguém que nos causa repulsa, quando estamos no silêncio ou expostos aos berros de uma criança, quando saboreamos aromas discretos ou exageradamente condimentados?

Estamos vivos e as nossas faculdades despertas, sempre alerta e receptivas.

Entupidas de bloqueios, pré-formatadas, saturadas com aquilo que vamos absorvendo não deixando chegar à verdade…

Verdade esta que passa pela transparência dos nossos comandos, pela limpeza da névoa que embacia os olhos, que cria zumbido na audição, que entope as narinas, que bloqueia o palato e encobre o tacto. Quando percebermos que a virgindade e a pureza dos sentidos pode voltar a ser resgatada, se soubermos como purificá-los, desintegrando todas as energias por eles assimiladas, estamos no caminho da Paz…. Vivermos sem nos deixarmos apegar a pré-formatações cravadas nos sentidos, sermos felizes com um dia bonito ou escuro, com um cheiro agradável ou agreste, com o sentir um abraço ou viver sem ele, com o silêncio do campo ou o frenesim da cidade, com o sabor do fresco ou o amargo do estragado…

{loadposition inline}Vivam com a consciência de que a vontade do ego controla e cobre os sentidos levando-nos a comportamentos muitas vezes inadequados… Causando danos no equilíbrio dos nossos veículos, físico, mental e emocional… Quanto mais discretos, humildes e neutros estiverem mais Amor e Felicidade irradiamos contagiando o tudo o que nos rodeia.

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