O homem mais procurado do Zimbabué é o caçador que matou, decapitou e esfolou Cecil, o leão que há mais de uma década ‘recebia’ os turistas no Parque do Hwange. O suspeito é um espanhol, que com a ajuda de dois colegas terá atraído o grande felino para uma área não vigiada.
O Zimbabué ainda não recuperou do assassínio de Cecil, o leão que era o símbolo do país, mas tenta recuperar através de uma caça… ao homem.
Um caçador espanhol é agora o homem mais procurado em todo o Zimbabué, por recaírem sobre ele as suspeitas de ter matado, decapitado e esfolado a grande atração do Parque do Hwange.
“Nós iremos encontrá-lo”, garantiu Jonnhy Rodrigues, que preside à Força de Preservação do Zimbabué (ZCTF, na sigla original), citado pela BBC: “Sabemos o nome, mas não vamos revelar até termos a confirmação da autoria do crime. Ele então será processado pelo que fez”.
E o que fez este espanhol? Matou Cecil, o leão de 13 anos que há mais de uma década era o grande ‘anfitrião’ do Hwange, e condenou a família de três leoas e vários filhotes a um fim de vida terrível.
“Ao perdermos Cecil, perdemos também mais de metade da família, porque os descendentes não sobreviverão à chegada de um novo macho, que deverá matar uns 12 filhotes”, explicou o responsável pela ZCTF.
Ainda segundo Rodrigues, o suspeito terá beneficiado da ajuda de dois colegas. O grupo terá atraído o leão para fora do parque, com a carcaça de um animal morto, onde depois foi atingido por uma flecha.
Cecil escapou com vida, mas por pouco tempo. “Eles demoraram dois dias para encontrá-lo e matá-lo. Levaram a cabeça e destruíram o colar que ele usava, muito caro e com GPS”, acrescentou.
O leão, para além de degolado, foi ainda esfolado, com os suspeitos a levarem a pele.
A morte de Cecil foi confirmada oficialmente a 13 de julho, pela Associação de Caçadores e Guias Profissionais do Zimbabué (ZPHGA, na sigla original).
Na passada quinta-feira, a mesma organização anunciou a expulsão, “por tempo indeterminado”, do caçador profissional que organizou o safari em que terá participado o espanhol mais procurado no país.
“O caçador profissional e a empresa em que trabalha colaboraram com a investigação. A ZPHGA reitera que não irá tolerar a caça ilegal ou qualquer prática que não seja ética por parte dos membros”, frisou a organização.
Jonnhy Rodrigues acrescentou que duas pessoas naturais do Zimbábue foram detidas, por suspeita de cumplicidade na preparação do ato, e vão ser presentes a tribunal a 6 de agosto.
O presidente da ZCTF, que disse ter conhecimento de um pagamento de 46 mil dólares ao operador do safári para poder praticar caça ilegal (alvejar um leão), insistiu que a morte de Cecil tem de ter consequências legais: “Os demais caçadores devem entender que não podem sair impunes e que devem responder judicialmente pelo que fazem”.
“Há muitas organizações revoltadas com o que aconteceu. Cecil era conhecido em todo o mundo. Muitos turistas vinham ver esse animal e sua família”, recordou Rodrigues.
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