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Presidente do Infarmed e a “brincadeira” do Governo

A presidente do Infarmed vem a público avisar que, se houver mudança para o Porto, perderemos “muitos milhões” de euros. Maria do Céu Machado revela ainda que o Governo falou numa “intenção” e não numa decisão, explicando que pensou tratar-se de uma “brincadeira”.

“O convite foi feito no fim de Março, apanhou-me completamente de surpresa – o senhor ministro surpreende-me sempre”, começou por dizer.

E disse ter ficado ter ficado “tão incrédula” com a decisão.

“Isto é como todas as notícias de surpresa, até cairmos em nós, há uma fase em que se fica com uma espécie de anestesia, de ‘isto não pode ser verdade’…”

Em declarações ao Público, a presidente do Infarmed revela ainda o desconforto que a polémica mudança tem causado.

“O senhor ministro disse que percebia, de certa forma, que isto era uma notícia surpresa e que não era uma decisão, era uma intenção. Várias vezes repetiu isso”.

Maria do Céu Machado diz ainda que antes das declarações públicas do ministro da Saúde a revelar que o Infarmed iria mudar para o Porto, na terça-feira, não tinha ouvido falar nesta medida.

“Não tinha. Tinha ouvido dizer que o ministro tinha dito num almoço no Porto ‘e se o Infarmed fosse para o Porto?’, que tomei como uma brincadeira.”

Na semana passada, António Costa garantiu que a mudança do Infarmed para o Porto fazia parte da estratégia de candidatura da Invicta para receber a Agência Europeia do Medicamento.

Ao Público, Maria do Céu Machado aponta um “qualquer defeito de comunicação” neste processo.

“Conheço bem o dossier de candidatura à EMA e não encontro nada que refira mudança do Infarmed, mas sim apoio e alocação de recursos. Fosse qual fosse a cidade escolhida, o Infarmed ia dar todo o apoio, obviamente, técnico”, refere.

E salienta: “O dossier final da candidatura não refere nada em relação a uma saída do Infarmed de Lisboa.”

Mas o processo de mudança de Lisboa para o Porto poderá recuar?

“Não sei. Não tive mais notícias, entretanto. Mas o próprio plano estratégico para 2018 aprovado pela tutela e assinado em setembro deste ano não faz referência a esta mudança”, disse Maria do Céu Machado.

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