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Praia Dona Ana: ‘Qualidade de Ouro’ da Quercus fica em suspenso

praia dona ana

As obras na Praia Dona Ana levaram a Quercus a suspender a classificação ‘Qualidade de Ouro’. A intervenção para consolidação das arribas e colocação de areia artificial perturbou o equilíbrio ambiental e desvirtuou a paisagem típica da praia, segundo a organização ambientalista.

A Praia Dona Ana, que para muitos é a mais bonita do mundo, já não tem ‘Qualidade de Ouro’. A classificação, atribuída pela organização ambientalista Quercus, foi suspensa devido às obras de colocação de areia artificial (ao longo de 40 metros), de consolidação das arribas e de construção de um esporão.

“Para além de alterarem significativamente a paisagem natural característica da praia da Dona Ana, colocam em causa a conservação e a proteção de ecossistemas marinhos de elevada biodiversidade, nomeadamente a destruição de dois roteiros subaquáticos identificados pela Universidade do Algarve”, referiu a Quercus, num comunicado enviado à agência Lusa.

As obras nesta praia, uma das mais famosas de Lagos e de todo o Algarve, “não se justificam” devido ao elevando custo, avaliado em 1,8 milhões de euros, e ao caráter temporário, ainda segundo o documento da organização.

Aprovadas em 2012, apesar de definidas no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura/Burgau em 1999, as intervenções não passaram por uma Avaliação de Impacto Ambiental, algo que Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), defendeu com o facto do contrato ter sido assinado quase um ano antes de uma mudança na lei.

Jorge Moreira da Silva, o ministro do Ambiente, acrescentou que as obras, realizadas entre abril e julho deste ano, se tornaram necessárias por motivos de “segurança”.

Porém, para a Quercus, o argumento da “segurança” dos veraneantes “não passa pela destruição da beleza paisagística” do espaço, defendendo campanhas de sensibilização e uma limitação do número de utentes, uma medida “fundamental em praias de arribas instáveis”, precisamente como a de Dona Ana.

“É importante ainda salientar que, a crescente construção de hotéis e habitações privadas em domínio público hídrico, reflete o deficiente ordenamento do território na região do Algarve, constituindo a grande causa para a degradação das arribas”, condenou ainda a Quercus, no mesmo comunicado.

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