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Poupanças dos portugueses em medicamentos podem chegar aos 14 milhões

Comprimidos_Medicamentos_900x450As estimativas são do Infarmed: os portugueses vão poupar um mínimo de 14 milhões de euros em medicamentos ao longo do próximo ano. Quem vende os fármacos é que não gostou da notícia, pois “uma nova baixa de preços” vai agravar “a situação de asfixia das farmácias”.

Isto porque a poupança estimada pelo Infarmed será feita à custa da revisão anual dos preços, que toma como referência os preços dos medicamentos em três países: Espanha, França e Eslováquia.

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), que enviou um comunicado à Lusa, os portugueses devem poupar pelo menos 14 milhões de euros no próximo ano, sendo a poupança para o Estado, no mercado ambulatório (fármacos vendidos em farmácias), de 27,1 milhões de euros.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS), que suporta a despesa com fármacos nos hospitais, deve poupar cerca de 40,6 milhões de euros.

Mas esta revisão anual dos preços preocupa as farmácias, que alegam estar em dificuldades financeiras, numa carta enviada ao Ministério da Saúde.

Na missiva, a que a agência Lusa teve acesso, a Associação de Farmácias de Portugal revelou uma “extrema preocupação com os graves impactos” da revisão de preços “para as farmácias e para os doentes”.

“Com a alteração de um dos países de referência, o Governo pretende, mais uma vez, reduzir os seus gastos com a despesa em medicamentos em Portugal, apesar do preço destes ser já dos mais baixos da Europa”, sustentou a associação.

“Uma nova baixa de preços”, segundo a Associação de Farmácias de Portugal, vai agravar “ainda mais a situação de asfixia das farmácias” e “aumentar as dificuldades dos doentes no acesso aos medicamentos de que necessitam”.

Para além das falhas no abastecimento de medicamentos serem “cada vez mais frequentes”, as constantes alterações na legislação e as reduções das margens de lucro “têm contribuído fortemente para que cada vez mais farmácias entrem em processo de insolvência”, dizia ainda a carta.

“Os utentes são os mais prejudicados, pois as falhas de abastecimento têm como principais impactos a redução da adesão à terapêutica ou mesmo o seu abandono”, acusou a Associação de Farmácias de Portugal.

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