Economia

Português que lidera Peugeot-Citroën no meio da polémica por causa do salário

Peugeot Citroen

Mais de cinco milhões de euros por ano. O salário de Carlos Tavares, presidente da Peugeot-Citroën, está no meio da polémica que agita a França. O próprio Governo gaulês já condenou o montante que o português recebe, em especial depois da remuneração ter duplicado no ano passado.

Só hoje, o dia em que está a ler isto, Carlos Tavares ganhou quase 14.500 euros. Um escândalo, gritam os sindicatos franceses (e murmura o Governo do mesmo país).

No ano passado, a remuneração do português que lidera o conhecido grupo automóvel duplicou, com o gestor a receber mais de cinco milhões de euros por ano. Os trabalhadores, porém, continuam sem ver qualquer aumento pelo terceiro ano consecutivo.

“É uma pouca vergonha, porque os nossos salários estão bloqueados desde há três anos e ele duplicou o dele”, contestou José Manuel de Queiroz, trabalhador do grupo Peugeot (PSA) há 16 anos e meio e que ganha “1800 limpos por mês”, segundo declarou ao Expresso.

José Queiroz foi um dos trabalhadores que, numa iniciativa das duas principais centrais sindicais francesas (a CFDT e a CGT), deu voz à contestação dos trabalhadores perante o “verdadeiro escândalo” que constitui a “partilha desigual dos lucros da empresa”.

“Este tipo de salários, como o do presidente, são negativos e põem em causa a coesão social no grupo”, defendeu o principal responsável da CFDT, Laurent Berger.

Em surdina, o Governo francês também critica o salário de Carlos Tavares. Aliás, no ano passado, o Executivo votou contra a proposta do aumento da remuneração do presidente da Peugeot-Citroën, através dos dois representantes que tem no Conselho de Administração da PSA.

O Governo que até ‘aceitava’ um aumento de 30 por cento viu o gestor português passar dos de 2,75 milhões de euros (2014) para uma remuneração, no ano passado, de 5,24 milhões.

Só as confederações patronais é que concordam com o salário de Carlos Tavares, visto como o principal responsável pelo regresso da Peugeot-Citroën aos lucros.

“É o preço do sucesso e é preciso saber recompensar o sucesso”, defendeu Pierre Gattaz, do MEDEF.

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