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O portão nazi do campo da morte de Dachau estava na Noruega, dois anos após o roubo

O portão do campo de concentração de Dachau roubado há dois anos foi agora encontrado na Noruega. A polícia de Bergen foi alertada por uma denúncia anónima.

‘Arbeit macht Frei’. A infame inscrição (‘O trabalho liberta’) que ornamentava a entrada no campo da morte de Dachau, na Alemanha, desapareceu há dois anos quando roubaram o portão.

À data, a chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou o assalto, realizado na noite de 1 para 2 de novembro, como “abominável”.

Agora, exatamente dois anos depois, a polícia norueguesa encontrou uma estrutura metálica com dois metros de altura por um metro de largura e cerca de 100 quilos de peso.

Pelas fotografias cedidas pelas autoridades da Noruega, a polícia alemã não tem dúvidas: trata-se do portão roubado em Dachau.

“Alertada por uma informação anónima, a polícia de Bergen, na Noruega, encontrou e apreendeu um portão de ferro com a conhecida inscrição”, salientou a polícia alemã, num comunicado em que não fez referência à existência de possíveis suspeitos.

O campo da morte

A 22 de março de 1933, dois meses após Adolf Hitler se tornar chanceler da Alemanha, o regime nazi abriu um campo de concentração na cidade de Dachau, próxima de Munique.

Os primeiros presos foram os opositores políticos ao regime de Hitler, mas com o avançar do III Reich Dachau tornou-se num dos mais simbólicos campos da morte.

Até à libertação, a 29 de abril de 1945, terão passado pelo campo mais de 206 mil pessoas. Mais de 41 mil nunca chegaram a sair de lá, morrendo de exaustão, fome, doença ou executados.

‘Arbeit macht Frei’

O portão de Dachau não foi o único ‘souvenir’ da Alemanha nazi a ser roubado em anos recentes.

Elementos com a infame inscrição ‘Arbeit macht Frei’ são dos mais procurados pelos colecionadores que se focam no período da II Guerra Mundial, sendo vendidos por preços proibitivos no mercado negro.

Até a inscrição metálica do mais famoso campo da morte, Auschwitz, foi roubada: corria o ano de 2009.

Foi recuperada e soldada (estava partida em três pedaços) em 2011.

O sueco Anders Hogstrom, que liderava um movimento neonazi, foi condenado a dois anos e oito meses de prisão por instigar o roubo da inscrição de Auschwitz, numa sentença anunciada em dezembro de 2010.

Em Dachau, a inscrição roubada tinha sido substituída por uma réplica, em abril do ano passado.

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