Nas Notícias

Por 300 mil euros, Vara pode deixar de estar preso com pulseira eletrónica

A dois dias da revisão da medida de coação, Armando Vara pode sair em liberdade. Em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, o ex-ministro viu o juiz considerar que está atenuado o perigo de perturbação do inquérito e de fuga, tendo definido uma caução de 300 mil euros.

A liberdade ‘custa’ 300 mil euros. Pelo menos a Armando Vara, um dos arguidos no processo que tem como figura principal José Sócrates.

Ontem, quando faltavam dois dias do prazo para expirar o prazo da revisão periódica (três meses) da medida de coação, o ex-ministro foi notificado de que na próxima semana, se pagar a caução de 300 mil euros, deixará de estar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

Apesar de ser uma caução “exagerada”, segundo o advogado de Vara, vai ser paga. “Neste momento”, revelou Tiago Rodrigues Bastos, em declarações ao Público, a defesa do ex-ministro está “a estudar por que meio” essa caução será prestada”: penhora, depósito ou garantia bancária.

Na altura do caso Face Oculta, a caução de Vara “foi de 25 mil euros”, recordou o advogado. Nesse processo, o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, por tráfico de influências, estando a decorrer o recurso apresentado pela defesa.

“É preciso sublinhar que o doutor Armando Vara nos dias de hoje não tem rendimentos suficientes para fazer face a uma caução tão exagerada”, frisou Tiago Rodrigues Basto, salientando o arguido vai “encontrar uma forma” de a pagar para, logo de seguida, “a contestar em recurso”.

Mas Armanda Vara não deixa de ser arguido e, se contactar com os outros arguidos do processo, a caução reverte para o Estado, tal como acontecerá se o ex-ministro se ausentar do país.

Para o procurador titular do processo, Rosário Teixeira, deixou de fazer sentido os perigos de o arguido perturbar a investigação e de fuga, pelo que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal solicitou a atenuação da medida de coação sobre Vara.

Entendendo os mesmos argumentos, o juiz Carlos Alexandre definiu então a caução de 300 mil euros.

A 9 de julho, Armando Vara foi detido por suspeitas dos crimes de corrupção passiva, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

Em destaque

Subir