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Populações foram abandonadas nos incêndios, acusa relatório da CTI

A falta de resposta nos incêndios de outubro deixaram as populações “entregues a si próprias”, concluíram os peritos da Comissão Técnica Independente (CTI).

Cada conclusão revelada do relatório da CTI, hoje entregue no Parlamento, reaviva a discussão sobre os incêndios de outubro de 2017, que tiraram a vida a 48 pessoas.

Do documento destaca-se a conclusão de que, perante o avanço incontrolável do fogo, “as populações ficaram entregues a si próprias”.

Se nos “momentos iniciais” o dispositivo de combate ainda seguiu as diretivas, as mesmas foram rapidamente ignoradas, permitindo aos incêndios avançar de forma trágica.

“Rapidamente se verificou não haver possibilidade de manter a estratégia teoricamente fixada, sobretudo devido a duas razões: dificuldade de mobilizar forças suficientes perante o número de ignições que se sucediam em áreas de grande dimensão e impossibilidade de dar uma resposta a todos os incêndios por parte dos corpos de bombeiros”, descreve o relatório da CTI.

De acordo com os peritos, o fim da calendarizada ‘época de incêndios’ deixou uma “capacidade de mobilização limitada”.

“A dispersão dos fogos, a sua velocidade de expansão e a respetiva severidade impediram muitas vezes a aplicação do conceito de triangulação, até porque os corpos de bombeiros que se tinham movimentado para teatros de operações afastados dos seus concelhos tiveram de regressar aos seus concelhos de origem de forma a garantirem o combate aos incêndios que eclodiram na sua área de atuação própria”, reforça o texto do relatório.

“Os contactos realizados permitem concluir que, em muitas situações, não havia possibilidade alguma de combater o incêndio”, realçou a CTI.

É ainda recordado que, “nalguns concelhos, o fogo entrou por várias direções, com uma velocidade e severidade nada habitual, pelo que o esforço se concentrou naturalmente na defesa de pessoas e bens”.

“E nem sempre com êxito”, consta ainda no documento.

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