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Polícias enfrentam castigo por clicarem no like no Facebook

Um oficial e dois agentes da Polícia Segurança Pública (PSP) estão sob alçada disciplinar, depois de terem clicado no ‘gosto’, no Facebook, em reação a um post que criticava um superior hierárquico. Os visados recorreram, mas o núcleo de deontologia e disciplina daquela força de segurança já proferiu acusação. Segundo JN, os agentes arriscam uma multa.

Pode um like no Facebook dar origem a um processo disciplinar? A resposta dá-se com um caso real.

A origem do caso remonta a maio de 2015, quando o jornal Observador fez uma partilha, no Facebook, de uma notícia sobre o Corpo de Segurança Pessoal da PSP.

Em reação ao post, um cidadão identificado como “Manuel Carlos” fez um comentário a elogiar o corpo de segurança, mas a criticar a adjunta do comandante.

E esse comentário suscitou uma reação do oficial e dos dois agentes. Os três clicaram no ‘gosto’.

Depois de tomar conhecimento do caso, a visada – que na altura comissária – apresentou uma participação contra os três agentes, argumentando que, se tomaram aquela opção, estavam de acordo com o conteúdo do comentário.

O caso avançou com o recurso dos agentes, mas o núcleo de deontologia e disciplina daquela força de segurança já proferiu acusação.

O oficial e os dois agentes enfrentam um processo disciplinar que pode terminar em multa.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) já reagiu ao caso e fez um pedido de “bom senso”. “Parece que há uma tentativa de condicionar a liberdade de opinião e ferir até alguns direitos que foram conquistados há muitos anos não só pelos portugueses em geral, mas também pela polícia”, disse Paulo Rodrigues, presidente da ASPP, em declarações à Lusa.

“É de criticar que um responsável máximo de um serviço leve a peito um like só porque aquela noticia ou post não lhe é favorável. Muitas vezes isso acontece com alguma frequência, há superiores hierárquicos que chamam a pessoa, discutem com ela e ficam por ali, mas há outros que vão mais longe. Não nos parece que isso seja benéfico para o funcionamento dos serviços”, argumentou.

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