Peugeot com uma história de três décadas no Dakar
A Peugeot orgulha-se de uma grande história de sucesso no Rali Dakar. A marca de Sochaux participou em seis edições desta prova, contando com um saldo de cinco vitórias absolutas e 56 triunfos em etapas.
No total o construtor francês esteve envolvida em mais de 48125 quilómetros cronometrados no noroeste de África, no período compreendido entre 1987 e 1990, a que somou 18994 quilómetros das edições de 2015 e 2016 quando a prova se passou a disputar na América do Sul.
O início da história da Peugeot no Dakar remonta a 1987. Nessa sétima edição da prova, que então ligava Paris à capital do Senegal via Argel, estreou-se um grande Ari Vantagen, tendo Bernard Giroux no banco da direita de um Peugoet 205 Turbo 16. Faziam também parte da equipa Shekar Metha/Mik Toughty e Antonio Zanussi e Julio Arena.
Mesmo com um susto pelo meio e um começo de prova complicado com um acidente no prólogo, Vantanen atingiria o Lago Rosa como vencedor após 12874 km (8315 km em especiais). Nesse ano a Peugeot 10 etapas, com Metha a ser o mais rápido em seis delas.
Para a marca de Sochaux o Dakar de 1988 foi o mais duro. O carro de Vantanen foi roubado e o finlandês foi desclassificado, depois de ter liderado a prova até essa altura. Isto porque quando o 405 Turbo 16 foi recuperado já era tarde demais.
Sobraram os carros de Juha Kankkunen/Juha Piironen, de Henri Pescarolo/Jean Fourtiq e de Alain Ambrosino/Alain Guéhennec, com a dupla finçandesa a impor novamente o Peugeot 205 Turbo 16. Após 12874 km de prova (6605 km de especiais).
De moeda ao ar
A participação da marca francesa no Dakar de 1989 – a primeira onde se utilizou sistemas de navegação inspirados na aviação – tem uma história curiosa. A rivalidade entre Ari Vantanen e Jacky Ickx obrigou Jean Todt, diretor de equipa, a deitar uma moeda ao ar para decidir quem ganhava.
O finlandês começou mal, perdendo tempo no prólogo, mas não demorou muito a recuperar e a discutir a liderança ‘taco-a-taco’ com o belga, que quando se foi para a moeda ao ar… perdeu, pois calhou coroa, a face da moeda de 10 francos escolhida por Vataanen. Nem um erro de navegação deste o privou de um triunfo, num ano em que a Peugeot ganhou 13 das 17 etapas disputadas e o 405 T16 subiu pela primeira vez ao lugar mais alto do pódio.
A quarta vitória da marca de Sochaux aconteceu em 1990, quando venceu 15 etapas em 20 possíveis. Uma edição que ligou Paris a Dakar via Tripoli, com 11420 km de extensão, 8564 dos quais cronometrados.
Ari Vantanen Vatanen venceu, apesar do seu navegador Bruno Berglund estar doente, de ter cometido erros de navegação e de ter tido um ‘encontro imediato’ com uma árvore. Nos outros dois Peugeot estavam Bjorn Waldegaard/Gerard Fenouil e Alain Ambrosino e Hans Baumgartner,
O regresso mais esperado
Passados 25 anos a Peugeot regressou ao Rali Dakar, com uma máquina do século XXI, o espetacular e minimalista DKR 2008, mas com pilotos igualmente talentosos; Stéphane Peterhansel, Carlos Sainz e Cyril Després.
Numa edição onde, para além da Argentina, visitava a Bolívia e o Chile, a marca de Sochaux sentiu dificuldades, com dois dos três carros a atingirem o final, já que na quinta etapa o espanhol capotou o seu carro. Um 11.º lugar e um 34.º posto foram o reflexo de um projeto ainda muito no seu início.
Em 2016 a Peugeot atacou forte, juntando mais dois pilotos à equipa, Sebastien Loeb e Romain Dumas, e alinhando com um 2008 DKR mais evoluído. E os resultados apareceram.
Loeb ganhou logo duas etapas no começo do rali, depois foi Peterhansel a mostrar do que era capaz vencendo na primeira etapa em altitude, divindo êxitos com o seu compatriota e com Sainz.
Os três pilotos lutavam entre si pela vitória, só que à 10.ª etapa um problema mecânico afastou o espanhol. A partir dessa altura ficou o ‘caminho aberto’ para o êxito de Stéphane Peterhansell, com a Peugeot a contar nove vitórias em 12 etapas disputadas.