Maria de Belém esteve em Vila Nova de Gaia, nesta segunda-feira, para mais um debate do Clube dos Pensadores. A candidata às Presidenciais criticou Marcelo, cuja personalidade, defende, “não casa bem com as funções de Presidente da República”.

O Clube dos Pensadores fez o seu 99.º debate, com mais um candidato a Presidente da República: Maria de Belém.

No jantar privado com Joaquim Jorge afirmou que suspendeu as suas funções na comissão política e evitou falar do momento atual do PS. Assestou baterias sobre Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato mais forte que pode evitar que seja presidente.

“É preciso serenidade, paciência, experiência de vida e contenção. Marcelo Rebelo de Sousa é um criativo, mais do que um criador. É muito exuberante. E considero que não é esse o tipo de personalidade que casa bem com as funções de Presidente da República”, considerou.

Maria de Belém mostrou-se particularmente preocupada com a abstenção e relativizou o facto de haver muitos candidatos à esquerda. Afirmou que isso pode fazer com que mais portugueses votem e tenham maior opção de escolha.

Defende que a sua candidatura “é a melhor para o país”, pois tem toda uma carreira de mais de 40 anos na vida pública, dos quais 20, em atividade política e que tudo que fez está registado.

Sente que tem que colocar todo seu “conhecimento, maturidade e sensibilidade ao serviço de Portugal e dos portugueses”.

Quer criar uma relação de auto-estima, de orgulho em ser português divulgando o melhor do nosso país. E diz ter a serenidade e maturidade política, tendo um vasto currículo na política e em instituições de cariz social, que podem ser uma ajuda preciosa para se tornar Presidente da República.

Maria de Belém rejeita a ideia de que Portugal é um país frágil, pobre e fraco. Conhece o melhor e o pior e que está disponível para caminhar para que Portugal seja reconhecido pois tem muito orgulho no seu país.

“Estou aqui para ganhar. Considero-me a candidata mais preparada, com mais experiência, maturidade e serenidade para unir os portugueses”, afirma.

Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, diz que é um comentador, criativo e demasiado exuberante, daí que não tem perfil para Presidente da República.

“É preciso serenidade, paciência, experiência de vida e contenção. Marcelo Rebelo de Sousa é um criativo, mais do que um criador. É muito exuberante”, defende.

Joaquim Jorge perguntou a Maria de Belém “se indigitaria António Costa e qual o seu procedimento na situação política atual de dar posse ou não, a um governo de maioria de esquerda?”.

“Se a solução que me fosse apresentada tivesse condições de estabilidade, daria,  porque para o país é muito mais prejudicial não ter Governo”, disse, considerando que o executivo que poderá nascer de um acordo entre PS, Bloco, PCP e ‘Os Verdes’ “é um Governo legítimo”.

A socialista afirma também que não se sente limitada para concorrer e que não divide a esquerda, uma vez que é a candidata que tem mais qualidades e mais conhecimento da realidade do país para o exercício do cargo.

Para reforçar a sua experiência, referiu o seu currículo: foi ministra da Saúde, ministra da Igualdade, deputada, promotora de imensas leis, presidente da comissão de inquérito do BPN e diz que é uma pessoa transparente nas suas opiniões.

A candidata começou por agradecer ao fundador do CdP, Joaquim Jorge o convite e ficou a promessa, que caso seja eleita, regressará como Presidente da República.

O Clube dos Pensadores tem já em preparação o 100.º debate, marcado para o final de novembro.