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Arsenal nuclear é controlado pelo Pentágono com… disquetes de 1976

Existe um míssil nuclear dos Estados Unidos, intercontinental, instalado no Montana, que depende de disquetes para o seu controlo. O sistema informático do Pentágono não é atualizado há quatro décadas, problema que deve ser corrigido no próximo ano.

“O Pentágono coordena as operações das forças nucleares dos Estados Unidos, tal como os mísseis balísticos intercontinentais, os bombardeiros nucleares e os aviões tanque e de suporte” num computador IBM Series/1 que utiliza disquetes de oito polegadas”, revela um relatório divulgado pela AFP.

Um relatório do Government Accountability Office, a que a agência de notícias AFP teve acesso, dá conta de um “número preocupante de sistemas antiquados” aos quais o governo dos Estados Unidos ainda recorre para controlar operações nucleares.

O mesmo documento dá conta da urgência em atualizar esses “sistemas antiquados”, que diversos departamentos norte-americanos utilizam.

Entre os sistemas antiquados estão as disquetes, aqueles dispositivos para armazenamento de dados que passaram à ‘história’ há muitos anos.

“O Departamento da Defesa utiliza disquetes de oito polegadas no sistema que controla as funções operacionais das forças nucleares nacionais, como mísseis intercontinentais, bombardeiros nucleares e aviões de abastecimento em voo”.

E entre as operações nucleares em causa estão mísseis nucleares. Ou seja, há mísseis nucleares dos Estados Unidos que dependem de disquetes informáticas para o seu controlo, o que suscita apreensão.

A razão pela qual estes dispositivos se mantêm ativos é explicada pela porta-voz do Pentágono, a tenente-coronel Valerie Henderson, em declarações à AFP. E não são necessárias muitas palavras. “O sistema ainda está em uso porque funciona”, diz.

A partir do próximo ano, o sistema deverá ser atualizado, para dispensar disquetes do Series/1 da IBM, lançado em 1976, quando o Presidente dos Estados Unidos era Gerald Ford. “Está prevista a substituição das disquetes no final do ano de 2017”, diz Valerie Henderson.

E não vai ser substituído porque apresente riscos. Apenas por uma questão que se prende com o facto de se poderem, brevemente, tornar-se obsoletos.

O Pentágono tem em curso um processo de modernização de todos os seus sistemas de controlo e comando de comunicações nucleares. E as velhinhas disquetes vão deixar de ser usadas. Mais de 40 anos depois.

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