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Faz parte da “classe média” num país cada vez mais “desigual”?

Quem é que faz parte da tão falada “classe média”? O economista Ricardo Paes Mamede apresentou um gráfico para criticar os “comentadores de televisão ou jornais” que acusam o Orçamento de Estado de “penalizar a classe média”.

Os números contam a verdade tal como ela é. O problema pode é estar na interpretação dos números.

A proposta do Governo para o Orçamento de Estado (OE) para 2016 reacendeu a discussão sobre quem faz parte, hoje em dia, da tão propalada “classe média”. Num dos muitos debates que têm ocorrido, Ricardo Paes Mamede, economista e professor no ISCTE-IUL, insistiu que a argumentação de que o OE penaliza a classe média é falso.

Para fundamentar a sua opinião, o economista apresentou um gráfico, que depois partilhou também nas redes sociais.

Esse gráfico define as classes da sociedade portuguesa mediante a distribuição das famílias por níveis de rendimento anuais, com dados referentes a 2015.

O que os números mostram é que a tal “classe média” é a primeira que está logo acima da pobreza, não chegando a somar sequer 7000 euros de rendimento ao final do ano.

Nesta classe está a grande maioria das famílias portuguesas (68,4 por cento), que são ligeiramente mais do que o triplo das famílias que compõem a classe seguinte, com rendimentos entre 7000 e 20.000 euros (22,7 por cento).

“O gráfico dá conta da distribuição das famílias portuguesas por escalões de rendimentos e o meu objectivo ao mostrá-lo era duplo: mostrar que a maioria dos comentadores fomenta uma noção errada do que é a ‘classe média’ em Portugal (as famílias que têm em mente auferem, na verdade, rendimentos muito acima da média e da mediana da distribuição); e contestar a ideia de que o OE2016 penaliza as famílias portuguesas de classe média”, argumentou Ricardo Paes Mamede.

Num artigo publicado no blogue Ladrão de Bicicletas, o economista explicar melhor o gráfico para sustentar que Portugal é um país cada vez mais “desigual”.

grafico da classe media

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