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Pacheco e os jogos nas Antas: “Os árbitros estavam todos comprados pelo Porto”

Antigo avançado que representou o Benfica até ao ‘verão quente’ de 1993 concedeu uma entrevista ao Observador onde, “sem medo das palavras”, afirma que, naqueles tempos, era difícil ganhar nas Antas, porque os “árbitros estavam todos comprados pelo Porto”.

Vestiu a camisola do Benfica durante seis anos, numa altura em que o FC Porto começava a semear uma hegemonia, que viria a chegar mais tarde, com o célebre penta.

Ao serviço do Benfica, Pacheco viveu um período de ‘guerrilha’ entre encarnados e portistas, com Pinto da Costa, idolatrado pelos adeptos, a ser a voz de comando.

O antigo avançado concedeu uma entrevista ao Observador onde viaja pelo seu passado, pelo passado de hegemonia portista. E tem uma frase curiosa, no momento em que lembra as deslocações ao Estádio das Antas.

“Sempre jogos difíceis, muito complicado. Os árbitros estavam todos comprados pelo Porto, havia um sentimento de impunidade constantemente transportado para dentro do campo”, afirma.

Pacheco insiste. “Não há que ter medo das palavras”, diz.

“Aquilo era assim e estão aí as escutas para quem duvidar”.

Fora do campo, os adeptos cumpriam uma missão: importunar o descanso dos jogadores do Benfica.

O antigo futebolista recorda o jogo em que o Benfica venceu por 2-0, com golos de César Brito, em 1991, com os encarnados a sagrarem-se campeões.

“Aquilo era um terror e a intimidação começava na noite anterior, quando os adeptos se juntavam à porta do nosso hotel a lançar todo o tipo de coisas para impedir-nos de dormir, de fazer uma vida normal”, conta.

Mas não era apenas aos adeptos que cabia a tarefa de desestabilizar a equipa. “O senhor Octávio, o senhor Inácio, o guarda Abel e por todos aqueles polícias fardados que viravam as costas e diziam ‘dá-lhe agora’. Estavam todos feitos e viravam costas nesses momentos mais fortes”, recorda.

Uma entrevista curiosa de um futebolista que fez jus ao seu princípio: não teve medo das palavras.

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