Nas Notícias

Os debates Costa – Seguro

antonio-costa-e-antonio-jose-seguro-b3c5

Não vou utilizar este espaço para uma análise intensiva dos debates que todos vimos e também não vou bombardeá-lo com mil e uma análises dos mesmos (debates) porque os chamados ‘especialistas’ já o fizeram nesta semana que passou.

Para mim foi óbvio quem ganhou: Costa. Embora não tenha ganho pelos motivos certos, continua à procura da garra e da agressividade que lhe falta desde o início da corrida pelo cargo de secretário-geral do partido.

Gostava de ter visto Costa sem o apoio imediato dos grandes históricos do PS, porque na minha opinião fizeram com que se protegesse da luta ‘corpo a corpo’ com Seguro. Continua a fugir dos ‘ataques pessoais’, não é que acrescente nada ao que realmente interessa, mas convém que se defenda dos ataques mais lamacentos no risco de ficar associado a falácias graves.

Para mim um dos maiores erros que Seguro cometeu foi afirmar que Costa se devia ter candidatado há três anos, defendendo que o argumento de Costa de ter avançado agora por uma questão de ‘imperativo de consciência’ é ridículo no sentido que se assim o fosse se teria candidatado há três anos e não agora.

Ora… Se há três anos supostamente existiam dois candidatos fortes à liderança e com apoio interno sedimentado, Assis e Seguro, não havia esse imperativo. Seguro afirma que quando o partido teve 28% (três anos atrás) é que era altura de o fazer.

O que Seguro não percebeu é que o que fez o António Costa avançar foi a celebração de mediocridade por parte de Seguro nas últimas eleições. Celebrar os resultados que o PS teve é obsceno. Ganhou a nível estatístico mas como o país está e com o desgaste que os partidos do arco da governação têm tido os resultados foram medíocres.

Medíocres é ser simpático. Vamos continuar a ser simpáticos, para bem da adjetivação que seria consequência de uma analise realista dos mesmos.

O que Seguro não percebe é que nunca foi líder, temos efetivamente de lhe agradecer por ter dado o peito às balas pelo partido, mas também temos de aplaudir Costa por não celebrar a mediocridade em que está mergulhado o PS.

{loadposition inline}Os debates foram vistos em média por um milhão de pessoas. Surpreendeu-me o interesse e, ao mesmo tempo, achei que todos os que estavam a assistir estavam a fazer pouco mais que a sua obrigação. Afinal de contas estamos praticamente a decidir o próximo primeiro-ministro. Demasiado cedo? Talvez.

Infelizmente pouco se discutiu de política e muito de ‘lama’ política. De Seguro só vi verborreia e de Costa demasiada serenidade. Seguro pode ter cometido um erro ao ameaçar demitir-se se tivesse de aumentar impostos agarrou metade do ‘eleitorado’ e afastou a outra, os que acreditam nas promessas e os que perceberam que não vai ser possível cumprir tal ‘blasfémia’.

Costa tem vantagem e vai sempre ter, mas tem de começar a correr porque o Seguro começa a aproximar-se perigosamente para o PS e para o país. Isto é uma discussão que tem de ser encarada a nível nacional e não a nível partidário.

Não fique de fora mesmo que não vote (nesta eleição, claro), tenha opinião e debata.

Em destaque

Subir