Economia

A origem do Black Friday, o dia do consumismo

Hoje é a sexta-feira negra do consumismo, o chamado “Black Friday”. Mas quais são as origens desta ‘efeméride’? E em que se transformou?

Falar de Black Friday sem abordar do consumismo é impossível, até porque os dois conceitos estão interligados. Mas recuemos no tempo para contar as origens do dia em que há promoções para todos os gostos – e em que o comércio arregaça as mangas para conquistar quem embarca nesta verdadeira loucura.

O Black Friday nasceu nos Estados Unidos e está associado ao feriado de Ação de Graças, que se comemora na quarta quinta-feira de novembro.

Não se sabe qual o local onde nasceu, mas alguns documentos apontam no sentido da Filadélfia, em meados da década de 90. A expressão terá sido usada pela polícia local, como forma de assinalar a correria dos consumidores às lojas, depois de um feriado em que estas encerravam.

Este fenómeno provocava diversos congestionamentos, até porque ocorria numa altura em que se dava início às compras de Natal. Do caos, nasceu uma ideia de negócio.

Mas a história conta-nos também que – muito antes de a polícia de Filadélfia chamar ‘Black Friday’ àquela sexta-feira de novembro –, em 1869, o termo foi utilizado durante a crise financeira dos EUA.

Regressemos a Filadélfia, porque a ‘explosão’ do conceito dá-se, de facto, com a loucura da cidade, naquele dia após o feriado. A imprensa deu grande mediatismo ao fenómeno.

A expressão “black” estará relacionada com o aspeto positivo da economia, que tinha o vermelho associado aos maus períodos e o preto ligado aos indicadores de prosperidade.

Acontece que, a partir de novembro e até ao final do ano, em virtude do Natal, o comércio vivia os dias positivos, sempre longe do vermelho. A partir do Dia de Ação de Graças e até ao final do ano, as vendas aumentavam no retalho. O que é normal.

Black Friday transformou-se, assim, num momento de viragem. Para os lojistas, foi associar o bom ao ótimo: as lojas começaram a abrir mais cedo, as promoções tornaram-se obrigatórias. Valia tudo para chamar mais clientes e para vencer a concorrência.

E chegámos à loucura. Às portas das lojas, onde se anunciavam descontos, formavam-se filas intermináveis. A correria ao mais barato transformou o Black Friday num dos maiores símbolos de consumismo.

Há alguns anos, outros países vêm adotando o conceito, que está já bem implementado em Portugal. Hoje, vale tudo para comprar no Black Friday. E o consumidor é tão distraído que, por vezes, acaba por comprar produtos com falsas promoções – o preço é o mesmo, mas nas vésperas de Black Friday é aumentado para que possa descer ao valor de origem.

São truques que funcionam em tempos de consumismo exacerbado. E as redes sociais já começam a servir de espaço de denúncia:

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