Obra de realidade virtual premiada com Óscar da Academia
Carne y Arena, de Alejandro González Iñarritu e Emmanuel Lubezki, é a primeira obra de realidade virtual a ser premiada com um Óscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O prémio assinala o “reconhecimento pela experiência poderosa e visionária de storytelling”, defende a Variety.
A obra transporta o telespetador para um cenário de emigração, na pele de um cidadão mexicano, que se prepara para cruzar a fronteira com os Estados Unidos.
O presidente da Academia defende, exatamente, que “mais do que uma inovação criativa no, ainda emergente, campo da realidade virtual, a experiência conecta-nos às realidades políticas e sociais da fronteira entre o México e os Estados Unidos”, para além de abrir, obviamente, “novas portas à perceção cinematográfica”.
Carne y Arena funde o ambiente físico com uma paisagem virtual que transporta os espetadores para as zonas de divisão terretorial entre os dois países americanos. O cenário conta com areia verdadeira e peças de roupa deixadas por aqueles que tentaram atravessar a fronteira.
Todos os que vivem esta experiência “por dentro” vestem a pele de um emigrante mexicano.
O ambiente virtual complementa a história ao criar a sensação de medo, desorientação e incerteza. Para o final, estão reservados vários testemunhos de migrantes que, ao tentarem cruzar a fronteira, foram capturados sem documentos.
Segundo Iñarritu, o objetivo da obra é colocar o espetador a viver o risco de quem tentou cruzar a fronteira.
