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Mulher com síndrome de Down expulsa de evento por dar “má imagem”

Julia Leal, uma mulher de 49 anos com Trissomia 21, foi alegadamente convidada a abandonar um evento especial, no Hotel de Motilla del Palancar, em Cuenca, Espanha, por causar “má imagem” e “assustar” os restantes participantes.

A situação foi denunciada por duas irmãs de Julia, também elas participantes no evento, que explicam que um dos funcionários da empresa organizadora, a MediSalud, as convidou a deixar o espaço pelo inconveniente que Julia podia causar nos presentes.

Segundo o jornal La Vanguardia, a decisão da família de Julia foi replicada por vários presentes, prontos a abandonar o evento.

No entanto, a empresa apresenta uma versão completamente diferente. Em declarações ao mesmo jornal, o advogado e porta-voz da MediSalud, Jorge Díaz, esclarece que o ‘convite de expulsão’ foi feito apenas às irmãs de Julia, pelo seu mau comportamento.

“Chegaram pouco antes do início do evento e recusaram-se a sentar nos únicos lugares disponíveis, na primeira fila. Além disso, exigiram receber um smartphone para cada uma”, alega.

De acordo com a empresa organizadora, a presença no evento apenas podia ser feita por convite, sendo que cada pessoa poderia levar um acompanhante, havendo a possibilidade de receberam um smartphone no final da palestra.

“Elas queriam um para cada um, e antes do evento. Quando lhes foi explicado que isso não era possível, ofenderam-se e gritaram, atrasando o início e incomodando quem estava presente”, conta Jorge Díaz.

Certo é que as irmãs de Julia alegam que a sua condição foi a razão por serem expulsas, explicando que assim que o funcionário a viu lhes foi “dizer que ela não poderia estar lá porque iria assustar as pessoas”.

Apesar das justificações da MediSalud, a família denunciou a situação ao Comité Representante de Pessoas com Deficiência, que deu seguimento à situação para o Ministério Público.

Em comunicado, o Comité “lamenta e condena” esses factos, considerando-os “puramente discriminatórios, que constituem uma violação dos direitos mais básicos que ajudam cada pessoa”.

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