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Mosteiro de Odivelas em avançado estado de degradação

O Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, ou Mosteiro de Odivelas, fundado em finais do século XIII, está ao abandono. Trata-se de uma obra de arquitetura religiosa classificada, desde 1910, como Monumento Nacional. A denúncia é feita por Nelson Galhofo, líder da Juventude Popular de Odivelas, em declarações ao PT Jornal. O município reconhece o problema – “Torna-se urgente efetuar as necessárias obras”, defende ao PT Jornal fonte da autarquia -, explica que o processo de cedência ainda não está concluído e garante que “tem várias propostas para a futura utilização daquele espaço”.

Está localizado no largo de D. Dinis, freguesia de Odivelas, e é Monumento Nacional desde 1910. Encontra encerrado ao público e, por isso, esconde o elevado estado de degradação, denunciado por Nelson Galhofo.

A porta do mosteiro foi arrombada, no pátio exterior há azulejos partidos e outros furtados. Colunas rachadas, sem elementos constitutivos também ‘desaparecidos’, com infiltrações e falta de manutenção.

O local é frequentado para a prática de desportos radicais e para depositar lixo.

“Para além desse cenário de danificação do património público de um Monumento Nacional podemos ainda encontrar a cobertura interior do teto do alpendre do pátio exterior do Mosteiro de Odivelas completamente destruído pelas chuvadas recentes, assim como os candeeiros interiores que se encontram vandalizados, não existindo qualquer tipo de manutenção”, denuncia Nelson Galhofo.

“A despreocupação e desinteresse da Câmara Municipal de Odivelas pelo estado de deterioração e falta de manutenção do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo chocam todos os odivelenses, que nunca viram o Mosteiro aberto ao público”, acusa o presidente da Juventude Popular de Odivelas.

Os munícipes estão “preocupados com a falta de manutenção e restauro”, pelo que lançaram uma petição pública em defesa da requalificação e abertura ao público deste monumento nacional.

Foi rubricado entre o Ministério da Defesa Nacional e o executivo municipal um contrato de cedência de utilização do mosteiro. Nelson Galhofo culpa o executivo municipal pelo estado deste espaço de cultura, por “não ter sabido resolver o problema”.

“Monumento ainda não se encontra sob gestão do município”, garante a Câmara

Versão diferente tem a Câmara, que ressalva que “este monumento nacional ainda não se encontra sob gestão do município”, uma vez que “o processo de gestão do Mosteiro de São Dinis e São Bernardo não se encontra concluído”.

Os termos de cedência pelo Estado foi aprovado no dia 8 de fevereiro, mas o “carece o processo da competente deliberação por parte da Assembleia Municipal de Odivelas e da obtenção do necessário visto pelo Tribunal de Contas”.

A autarquia, no entanto, reconhece o problema e pretende resolvê-lo.

“Face ao prestígio, valor e significado histórico e cultural deste imóvel, e por saber da importância que se reveste para o concelho de Odivelas, para a sua identidade e suas raízes, a Câmara Municipal nunca baixou os braços na procura de uma solução que permitisse salvaguardar e valorizar este verdadeiro símbolo do nosso território”, garante fonte do município ao PT Jornal.

Neste momento, o edificado “necessita de recuperação e manutenção, uma vez que algumas áreas do monumento se encontram com sinais de degradação, o que preocupa os responsáveis municipais”.

A Câmara tem várias propostas para a futura utilização daquele espaço: “A criação de um Centro Interpretativo sobre o Mosteiro, a história e as raízes do concelho, a dinamização de um centro de ensino, a instalação da Divisão da PSP de Odivelas, entre outros, assim como a construção do grande Parque da Cidade nos terrenos situados nas traseiras do Mosteiro”.

“Existe o compromisso do presidente da autarquia, Hugo Martins, para que seja efetuada uma consulta pública sobre projetos e serviços ambicionados para os vários espaços do monumento, envolvendo desta forma a população e convidando-a ao exercício da cidadania e da participação cívica na decisão pública de gestão deste nosso singular património”, refere o município.

“A Câmara Municipal de Odivelas não se alheia nem se demite da defesa do seu património, que também que é nacional. E que não restem dúvidas: tem tido neste processo a determinação de salvaguardar o interesse público, a história e identidade coletiva deste território”.

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