Cultura

Morreu António Pelarigo, “o maior fadista que o Ribatejo viu nascer”

Morreu o fadista António Pelarigo, de 64 anos e com mais de 40 de carreira, em Santarém. “Faleceu o maior fadista que alguma vez o Ribatejo viu nascer”, lamentou José Cid.

O óbito foi confirmado por um familiar, de acordo com a Lusa.

António Pelarigo teve uma carreira longa, de mais de quatro décadas, mas uma discografia reduzida: só em 2014 conseguiu editar o primeiro álbum, produzido por José Cid.

“Acasos da vida, histórias que são afinal o verdadeiro fado, por uma ou por outra razão, levaram também a que não gravasse muito”, tinha justificado, numa entrevista nesse mesmo ano de 2014.

“Faleceu o maior fadista que alguma vez o Ribatejo viu nascer! O fado fica mais pobre”, comentou José Cid, nas redes sociais.

António Pelarigo deixou a música para segundo plano, começando a trabalhar “por volta dos 10 anos”, tendo sido agricultor, pastor, mecânico e caixeiro-viajante, entre outras ocupações.

Casou aos 19 anos e cinco anos depois foi pai pela primeira vez.

No fado, António Pelarigo fez carreira ao lado de protagonistas como Fernanda Maria, Fernando Maurício, António Rocha e António Mourão, entre outros.

Privou com Amália Rodrigues, Carlos Zel e João Ferreira-Rosa e recebeu convites para cantar em casas de fado tanto em Lisboa como no Porto.

Em alguns casos, “ora por isto, ora por aquilo, não aconteceu”, afirmou, tal como um contrato que assinou com uma discográfica, que “ficou esquecido”.

Em Santarém, António Pelarigo, filho de avieiros (gente originária da Vieira de Leiria, que vivia da faina no rio Tejo), realizou várias tertúlias e “fadistices” com Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, José Pracana, Pedro Lafões, José Eduardo Falcão e João Braga.

O funeral realiza-se pelas 10h30 de amanhã, na igreja de Santa Maria da Colegiada, nas Portas do Sol, em Santarém, de onde o corpo sairá para o cemitério municipal.

Em destaque

Subir